Perito confirma que Caio Souza lançou rojão que matou cinegrafista Santiago

Ele identificou elementos que permitem a identificação do suspeito.

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Na internet, em rede sociais, circulam mensagens que põem em dúvida a identificação de Caio Souza como a pessoa que posicionou o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes. A pedido do Jornal Nacional, o perito Nelson Massini examinou as imagens que levaram a polícia até o autor confesso.

O Jornal Nacional exibiu, na quarta-feira (12), fotos e vídeos registrados antes da explosão do rojão. Eles mostram a participação de Caio de Souza no protesto de quinta-feira passada. O perito Nelson Massini comparou os registros à foto tirada instantes depois do lançamento do rojão.

Repórter - A gente pode dizer que essa pessoa aí que aparece correndo, nessa foto, ela é o Caio?

Perito - Podemos dizer, sim. Tecnicamente, inclusive, podemos fazer essa afirmação. Ele é aparentemente mais gordo, mas isso é uma distorção de imagem.

Repórter - O fato de essa foto aparentar uma pessoa mais forte, mais gorda, isso não quer dizer nada?

Perito - Não, não quer dizer nada. Isso é realmente uma distorção, provavelmente pela camisa, um pouco mais solta, o movimento dele de corpo, o ângulo que a foto foi tirada, isso não deixa a menor dúvida de que é ele. Nós temos uma foto em que praticamente todo mundo está fora do peso. Inclusive o Caio. Dá a impressão que é mais gordo, está inclinado. Mas eu não tenho dúvidas.

Nelson Massini destacou a presença de pelo menos quatro elementos que, para o perito, permitem a identificação de Caio: um relógio, uma pulseira, a calça desbotada e o tênis.

Repórter - Em todas as imagens o Caio aparece com um relógio, no braço direito?

Perito - Nós destacamos isso, quer dizer, aparece com esse relógio, uma pulserinha preta no outro braço. Na cabeça, a gente não pode dar os detalhes da cabeça, porque ele está com um pano preto. Na calça, esse descolorido aqui da calça é muito evidente na perna esquerda. E um tênis que inclusive foi apreendido no local, na casa dele.

O perito também comparou a cor da pele, nas imagens registradas na Central do Brasil e na foto tirada após a explosão.

Perito - Se percebe que ele é moreno, e que aqui nestas imagens aparece um pouco mais claro até por conta da claridade. Há fotos que são em ambiente fechado, a claridade é diferente e a imagem também foi bem captada de maneira diferente, então... Essa variação de cor de pele também é possível, mas não há dúvida, por outros elementos, não é só a coloração de pele que está sendo avaliada, por outros elementos, não fica dúvida de que esse que aparece correndo é o mesmo que aparece dentro da central do Brasil.

Também foi mostrado a Nelson Massini outra imagem, publicada em redes sociais. Um homem de jeans e camisa cinza aparece em frente a PMs. Na internet, ele é apontado como a pessoa que aparece correndo depois de lançar o rojão.

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Repórter - Professor, e essa outra pessoa aí, que aparece conversando com policiais militares... Tem as mesmas características do Caio?

Perito - Não, esse está até mais simples, porque já se vê que o sapato é de uma coloração diferente, a calça tem um formato descolorida, diferente, a camisa é cinza, mas é um cinza homogêneo, por igual, não tem a transpiração impregnada aqui na camisa. O cabelo, o corte é diferente, e a ausência do relógio. Então, esse aqui a cor de pele é bem mais branca do que aquele outro, apesar da iluminação, esse aqui facilmente a gente pode dizer que não tem nenhuma ligação com aquela imagem que nós temos anteriormente.

Repórter - Não é o caso?

Perito - Não é o caso.

Um homem se identificou nas redes sociais como a pessoa que aparece falando com policiais, na última imagem mostrada na reportagem. Ele diz que se chama Tomaz Cesario Alvim Martinelli e que estava na manifestação de quinta-feira passada. Afirma também que, no momento em que a imagem foi registrada, estava pedindo à polícia que parasse de atirar bombas de gás lacrimogêneo na direção das pessoas que ajudavam o cinegrafista ferido. E se queixou do uso da imagem dele de forma imprópria. Caio de Souza já tinha admitido à repórter Bette Lucchese que foi ele quem acendeu o rojão.

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