A mudança climática provocada pelo período de chuvas pode ser bem-vinda, por exemplo, pelo abrandamento da temperatura. No entanto, apesar da sensação de bem-estar pelo calor mais ameno, nesse período, é comum o aumento das ocorrências de Infecções das Vias Aéreas (IVAs) e, consequentemente, do aumento dos atendimentos nas urgências e emergências da capital.
As doenças respiratórias são qualquer processo infeccioso no sistema respiratório, que compreende a região nasal, seios da face, faringe, laringe, traqueia, brônquios, pulmões e alvéolos, e podem ser divididas em afecções agudas ou crônicas. As causas são diversas: vírus, bactérias, tabagismo, exposição a alérgenos (ácaros, poeira e fungos), poluição ambiental e pelos de animais.
Segundo o médico Aurimar Bezerra Melo De Sousa, pediatra na Unimed Teresina, nesse período de chuva, a contaminação das vias respiratórias é agravada porque as pessoas se aglomeram ficando muito próximas umas das outras, o que propicia a contaminação. “Além disso, há a proliferação de insetos nessa época, sobretudo moscas e mosquitos, que levam germes, vírus e bactérias aos alimentos e até mesmo à água, podendo provocar infecções”, explica.
Segundo o médico pediatra Alberto de Almeida, diretor técnico do Pronto Atendimento Infantil 24h da Unidade Unimed Ilhotas, no período de chuvas, o número de atendimentos mensais na urgência e emergência sobe de 4 mil para 6,5 mil. “Isso resulta em uma média de mais de 200 crianças atendidas diariamente e a maioria dos casos são diagnósticos relacionados a infecções das vias aéreas”, conta.
Para prevenir esse tipo de infecção, Aurimar pontua que, além de evitar o contato direto com pessoas contaminadas, é importante aderir à vacinação contra a gripe e contra as bactérias Pneumococo e Meningococo.
Atendimento por Classificação de Risco
Nesse período, em que o número de pacientes aumenta, as unidades de urgência e emergência ficam lotadas. Por isso, dois fatores ajudam a otimizar o atendimento.
Um deles é o aumento da equipe médica no plantão nesse período. “Nossa equipe médica é formada 100% por pediatras e, nesse período, vimos a necessidade de aumentar a equipe, especialmente nos horários de pico, que são durante o dia. Ainda assim, estamos tratando de um período do ano em que há, de fato, um aumento significativo da procura por atendimento e que deve normalizar nos próximos meses”, explica Alberto.
O segundo, é um procedimento validado internacionalmente e recomendado pelo Ministério da Saúde que humaniza e organiza os atendimentos por ordem de gravidade dos sintomas do paciente: o Protocolo de Classificação de Risco.
Na Classificação de Risco, o paciente passa por uma avaliação antes do atendimento médico e recebe uma pulseira colorida, de acordo com a gravidade do seu caso, o que resulta em um tempo limite de espera para sua segurança. “As pessoas devem se conscientizar de que o atendimento deve ser feito de acordo com o potencial de risco e o grau de sofrimento dos pacientes, e que isso é garantia à vida”, alerta Alberto. A classificação é dinâmica, ou seja, se o paciente piorar durante a espera, ele será reclassificado.
Conheça o que significa cada cor na Classificação de Risco do Paciente:
- VERMELHO: emergência, caso gravíssimo, atendimento imediato e risco de morte. Tempo máximo de espera: 10 minutos;
- AMARELO: urgência, gravidade moderada, com necessidade de atendimento médico e risco imediato. Tempo máximo de espera: 60 minutos;
- VERDE: sem risco de morte imediata, pouco urgente. Tempo máximo de espera: 2 horas;
- AZUL: não urgência, consultas de baixa complexidade, atendimento por horário de chegada. Tempo máximo de espera: 04 horas.