Percussionista do Barão Vermelho, Peninha morre aos 66 anos

Músico entrou na banda em 1987 e estava internado em estado grave

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Percussionista do Barão Vermelho, Peninha morreu por volta das 17h30 desta segunda-feira, aos 66 anos, vítima de uma hemorragia no estômago. O músico estava internado no Hospital da Lagoa, na Zona Sul do Rio, em estado grave, desde o começo do mês, com problemas digestivos. A informação foi confirmada por Roberto Frejat, vocalista da banda. O corpo será cremado.

"Queridos amigos e familiares, é com pesar que venho comunicar que o pai dos meus filhos, Paulo Humberto Pizziali, mais conheciso como (Peninha percussão), faleceu agora", disse Ana Tereza Lima Soler, ex-mulher do músico, nas redes sociais. Baixista do Barão, Rodrigo Santos disse, na manhã de domingo, que o amigo estava no CTI e pediu por orações.

Paulo Humberto Pizziali nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Vivendo em regiões da cidade como o Morro de São Carlos e o Bairro de Fátima - anos mais tarde, passaria temporadas em Saquarema, na Região dos Lagos - ele se aproximou do mundo do samba, e consequentemente, da percussão. Antes de ser efetivado pelo Barão Vermelho, já tinha acompanhado nomes de peso da música como Sivuca, Simone, Gal Costa, Lincoln Olivetti e Ângela Maria.

— Toda a percussão que se ouve nas gravações do Barão é dele — comenta o cantor e guitarrista Roberto Frejat, emocionado com a perda do amigo. — Mesmo antes de ser membro efetivo da banda, ele já tinha gravado conosco, em músicas como “Manhã sem sono”, do disco “Barão Vermelho II” (1983), e “Bete Balanço”, de “Maior abandonado” (1984).

Peninha, como Paulo Humberto sempre foi conhecido, foi incorporado pelo Barão Vermelho no disco “Declare guerra”, de 1986, o primeiro após a saída de Cazuza. Na época, o guitarrista Fernando Magalhães também foi efetivado.

Nas três décadas desde que entrou no Barão, Peninha participou de discos como “Carnaval” (1988), “Carne crua” (1994) e “Barão Vermelho” (2004), gravado após um período de separação. Ele também esteve em diversas apresentações memoráveis da banda, em festivais como o Rock in Rio e o Hollywood Rock. Quando a banda não estava ativa, como atualmente, ele seguia tocando e gravando, em projetos como a banda de salsa Gungala.

— Foram 66 anos muito bem vividos — diz Frejat. — Por trás daquele jeito cascudo, ele era uma pessoa maravilhosa, um grande companheiro, e um músico de um nível muito acima do que qualquer pessoa pode imaginar. Era surpreendente.

Peninha deixa quatro filhos, Paulo, Pedro, Rafael e Luca.

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