Pedreiras dão sustento para muitas famílias em Timon

O ato de quebrar pedras é árduo, mas garante a alimentação de muitas famílias

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?Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tinha uma pedra?, dizia o poeta Carlos Drumonnd de Andrade. Mas ele não caminhou pelas pedreiras de Timon, Teresina e tantos outros lugares, onde com certeza iria profetizar que tinham muitas pedras no meio do caminho.

Ou melhor, existem muitas pedras, literalmente, no meio da vida de muitas pessoas. Mas em muitos dos casos, são pedras de verdade e que servem como meio de sobrevivência para famílias que não tiveram oportunidades de trabalho.

É assim a vida de muitos trabalhadores do município de Timon, mas precisamente nas proximidades da cidade, que sobrevivem do trabalho de quebrar pedras e revendê-las, para donos de depósitos. O trabalho é árduo e muito cansativo.

São horas e horas, por dia, na difícil tarefa de quebrar imensos blocos de pedras, retirados de uma rocha para transformá-los em pequenos e milhares de pedaços, praticamente do mesmo tamanho, que se tornam pedras de calçamento (os paralelepípedos).

O quebrador de pedras e também agricultor, Luís Monteiro, morador de Timon, trabalha há cerca de 30 anos quebrando pedra e, ao mesmo tempo, na lavoura onde cultiva agricultura de subsistência (aquela plantação feita em pequenas quantidades, cuja principal finalidade é para a sobrevivência da família, e o que sobra do cultivo é comercializado).

Ele relata que o fato de quebrar pedra, surgiu em sua vida como uma maneira de conseguir outra renda, para sobreviver, juntamente com sua família.

O ofício passou de pai para filho, maior de idade. Ele conta que os dois trabalham cerca de 20 dias quebrando as pedras em forma de paralelepípedos, usando apenas marretas de cabo de madeira com ponta de ferro, para conseguir o que corresponde a um carregamento de caminhão.

A carrada de pedra é comercializada em média por R$ 500. Mas na hora de carregar o caminhão, Luís Monteiro precisa de mais três ou até cinco pessoas, para ajudá-lo no serviço.

É aí que entram outras pessoas e amplia-se a distribuição da renda. Ou seja, os carregadores são contratados por cada carrada de pedra. Luis diz que ele consegue, no máximo, quebrar o equivalente a duas carradas de pedras, por mês.

Na hora de carregar, são dois ou três homens, jogando as pedras na carroceria do veículo e ainda o frete do motorista do caminhão. Ele conta que na região existem aproximadamente dez pedreiras legalizadas e cerca de 60 homens quebrando pedras para sobreviver.

Em relação aos perigos, ele diz que nunca sofreu nem sabe de alguém que sofreu algum tipo de acidente grave. Ele diz que já teve algumas quedas, nas pedras, mas com leves escoriações pelo corpo.

Luis começou quebrando pedras (ainda quebra) e oferece serviços temporários a outros desempregados, mas já pensa em se aposentar do serviço em pedreiras e viver somente da lavoura. Segundo ele, pelo fato de já está ficando velho e cansado.

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