O Papa Bento XVI, sob o fogo dos ataques gerados pela avalanche de escândalos de pedofilia, se reuniu neste domingo em Malta com as vítimas de abusos, manifestando a elas a "sua vergonha".
O Papa manifestou "sua profunda emoção ante suas histórias, disse que lamenta e sente vergonha pelos sofrimentos que as vítimas e suas famílias tiveram que suportar", disse o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, ao ler um comunicado divulgado alguns minutos antes.
Diante da imprensa, ele indicou que os oito homens, "jovens adultos", acompanhados pelos bispos de Malta e Gozzo, a outra ilha do arquipélago, haviam sido recebidos durante vinte minutos na capela da nunciatura, a embaixada do Vaticano, próximo a Valletta.
"Ele teve um momento de orações silencioso, de joelhos, e depois o Santo Padre os recebeu um a um para ouvi-los e falar com eles. Depois, todos rezaram juntos", acrescentou, indicando que o encontro foi realizado sob uma "atmosfera intensa, de emoção, mas serena".
Bento XVI assegurou que "a Igreja faz e fará todo o que estiver em seu poder para investigar as acusações (de abusos sexuais), entregar à justiça as pessoas responsáveis por abusos e aplicar medidas concretas para proteger os jovens no futuro", indicou o Vaticano.
Há um mês Bento XVI havia expressado a "vergonha" e o "remorso" da Igreja Católica frente aos atos de pedofilia cometidos por religiosos, em uma carta aos fiéis da Irlanda, onde o escândalo abalou o clero e causou forte comoção no país.
Depois, revelações de abusos se sucederam na Europa e nos Estados Unidos e o Vaticano foi acusado de ter tentado abafar esses casos.
O encontro deste domingo é o terceiro do tipo para Bento XVI, que já recebeu em audiências as vítimas de padres pedófilos durante suas viagens à Austrália e aos Estados Unidos.