O Papa Leão anunciou nesta sexta-feira (13) que a canonização de Carlo Acutis, o primeiro santo católico da geração millennial, ocorrerá em 7 de setembro, segundo a agência Reuters. Acutis, jovem ítalo-britânico falecido em 2006 aos 15 anos por leucemia, seria canonizado em 27 de abril, mas a cerimônia foi adiada após a morte do Papa Francisco.
A nova data foi definida durante uma reunião com cardeais para tratar de causas de canonização. Beatificado em 2020, Acutis teve reconhecido como primeiro milagre a cura de um menino no Brasil.
Criado em uma família abastada — com o pai atuando como financista em um banco inglês e o avô à frente de uma grande seguradora no norte da Itália —, Carlo Acutis escolheu desde cedo dedicar-se à caridade. Aos nove anos, já distribuía cobertores, roupas e alimentos a pessoas em situação de rua, em Milão.
Milagre no Brasil
A ligação de Carlo Acutis com o Brasil teve início em 2011, quando o padre Marcelo Tenório visitou a Itália e conheceu Dona Antonia, mãe do jovem.
“Eu fui na casa onde o Carlo morou, e ela artesanalmente, com a tesoura, cortou um pedaço da camisa do Carlo, uma camisa que ele tinha lá,” relata o padre Marcelo.
Ao retornar ao Brasil, o padre — responsável pela Capela de Nossa Senhora Aparecida, em Campo Grande (MS) — passou a expor o pedaço de pano.
“Eu comecei a expor a relíquia todo dia 12 de outubro, que é o dia da morte do Carlo, e é o dia da Nossa Senhora Aparecida,” explica o padre.
Em 12 de outubro de 2013, durante uma celebração, um menino de três anos com um problema grave que causava vômitos constantes foi levado pela família para pedir cura. O contato com a relíquia mudou sua vida.
“Primeiro eu, aí ele tocou pra parar de vomitar,” responde a avó.
A família conta o que aconteceu em seguida. “Ele chegou em casa pedindo comida. E comeu um pratinho de caldinho de feijão com arroz. Todo faceiro. E não vomitou,” diz a avó. “Desde então, nunca mais”.
Matheus, hoje com 15 anos, nasceu com pâncreas anular, que causava compressão no intestino e vômitos constantes. A cirurgia, única cura possível, não era indicada, surpreendendo até sua médica. Após o milagre reconhecido pelo Vaticano, a capela passou a receber fiéis de todo o Brasil.
A segunda cura atribuída a Carlo Acutis, necessária para sua canonização, foi a de uma jovem da Costa Rica com grave traumatismo craniano em 2022.