O Papa Francisco reapareceu neste Domingo de Páscoa (13), na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para abençoar milhares de fiéis. A presença do pontífice, ainda em recuperação de uma pneumonia dupla, emocionou a multidão. Foram 37 dias internado em um hospital de Roma, entre fevereiro e março, devido a um grave quadro respiratório.
Aos 88 anos, o papa surgiu em uma cadeira de rodas e foi ovacionado por fiéis que lotaram a Praça de São Pedro. Ele acenou com um sorriso, enquanto um assessor lia a tradicional mensagem "Urbi et Orbi" — à cidade de Roma e ao mundo.
Missa celebrada por cardeal, mensagem escrita por Francisco
A missa de Páscoa foi presidida pelo cardeal italiano Angelo Comastri, a pedido do próprio papa. No entanto, a homilia e a bênção foram preparadas por Francisco, conforme informou o Vaticano.
“Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa!”, declarou o pontífice, que voltou suas palavras à atual crise internacional. Ele denunciou a situação “dramática e deplorável” na Faixa de Gaza, clamou pela libertação dos reféns pelo Hamas e expressou solidariedade com israelenses e palestinos.
Apelo à paz e à liberdade
Francisco dirigiu um forte apelo à comunidade internacional. “Nenhuma paz é possível onde não há liberdade religiosa, ou liberdade de pensamento e de expressão”, escreveu. Ele também pediu que os líderes mundiais “não cedam à lógica do medo que aprisiona” e que “derrubem as barreiras que criam divisões”.
Diante das guerras que assolam o mundo, o papa lembrou que “não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade” — uma referência direta aos ataques a civis, escolas, hospitais e agentes humanitários.
Ausente de eventos, mas presente com a palavra
Por causa da saúde frágil, Francisco não participou da procissão da Sexta-Feira Santa, realizada no Coliseu, em Roma. No entanto, já havia surpreendido fiéis com uma breve aparição no Domingo de Ramos, na qual cumprimentou fiéis e conversou com freiras e religiosos.
O papa teve alta hospitalar em 23 de março, após mais de um mês de tratamento intensivo. Desde então, tem limitado suas atividades públicas, mas segue atento e atuante por meio de suas mensagens.
Clamor por desarmamento e justiça
Em sua mensagem de Páscoa, Francisco reforçou seu clamor por um verdadeiro desarmamento global. Ele advertiu que “a necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento”.
O pontífice concluiu com um apelo humanitário:
“Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir quotidiano.” Diante da crueldade dos conflitos, ele chamou o mundo a lembrar que cada vítima tem alma, história e dignidade.