A comitiva, formada por representantes de países africanos, visitou a Agência de Tecnologia da Informação (ATI) para conhecer o aplicativo Salve Maria e o formulário eletrônico Esperança, instrumentos desenvolvidos pela agência em parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-PI) e utilizado no enfrentamento à violência contra a mulher.
A superintendente de Gestão de Riscos da Secretaria de Estado da Segurança, delegada Eugênia Villa, explicou aos presentes de que forma se pode construir políticas por meio da aplicação da ferramenta tecnológica. “Nós apresentamos não apenas o Salve Maria, mas toda a política que redundou no aplicativo. Não é apenas apresentar um aplicativo, é mostrar como usar essa ferramenta tecnológica para que ela funcione na prevenção do feminicídio”, ressaltou a superintendente.
Os técnicos da ATI demonstraram como o aplicativo funciona na prática e informaram que, em breve, a ferramenta terá novas funcionalidades, como a possibilidade de incluir áudio no momento da denúncia e acessibilidade no uso para pessoas com deficiência visual.
O técnico de Gênero de Angola, Otávio Joaquim, parabenizou o Estado no uso de ferramentas no combate à violência contra a mulher. “Eu penso que é um dos pontos em que o Brasil já está bem avançado, como aqui no Piauí, e nós vamos estar em comunicação com o Estado e pegar muito mais dessa experiência boa. Nós temos serviços também em telefonia, mas essa é um pouco mais modernizada e atualizada. Vamos tentar ter cooperação para ver se conseguimos com a experiência do Piauí ganhar também”, disse o angolano.
Maranhão e Acre já utilizam a ferramenta, os governos de Alagoas, Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Tocantins já manifestaram interesse em implantar o Salve Maria. O app pode ser baixado gratuitamente em celulares com tecnologia iOS e Android e não só a vítima que sofre a violência pode denunciar de forma sigilosa, como também as pessoas que a percebem.
Formulário Esperança
Foi apresentado também para a comitiva o formulário eletrônico de avaliação de riscos de mulheres em situação de violência doméstica e familiar no Piauí, o Esperança. A polícia já está utilizando o formulário no momento da ocorrência na qual a vítima poderá responder que tipo de agressões sofreu, ameaças, perseguição ou atitudes que caracterizam violência psicológica, dentre outras informações a respeito do agressor.
As informações colhidas serão encaminhadas às autoridades competentes, que ajudarão na elaboração de medidas protetivas e agregam informações para o banco de dados de avaliação de risco do Piauí.
Fazem parte da comitiva os países Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A delegação inclui ministros e secretários de Estado e representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário.