Pais esperaram 11 anos para ter bebê que morreu com tiro após assalto

No enterro da criança, ontem, Priscila emocionou os amigos e parentes ao repetir: “Deus, ressuscite minha filha.”

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A tragédia que caiu sobre a família de Priscila de Barros, 27 anos, e Adenildo Firmino, 29, comoveu até os policiais do 39º BPM acionados para registrar a tentativa de assalto em Belford Roxo na noite de sexta-feira. Na ação, a filha do casal, Geovanna Vitória, de 1 ano, foi morta com um tiro no tórax. No enterro da criança, ontem, Priscila emocionou os amigos e parentes ao repetir: ?Deus, ressuscite minha filha.?

O corpo do bebê, morto com um tiro no tórax, foi enterrado ontem à tarde no Cemitério de Nova Iguaçu. Mais de 200 pessoas acompanharam o cortejo. Transtornada, a mãe, que estava com a menina no carro abordado por bandidos numa rua residencial no bairro Parque das Palmeiras, misturava momentos de lucidez com desespero. Ela desmaiou quando o caixão branco com o corpo da filha foi colocado na sepultura.

?Cadê minha princesinha??, repetia a mãe no velório. ?Geovanna era uma criança muito amada, sorria todo o tempo, e estávamos cheios de planos para a vida dela. Estou sem chão, minha vida acabou?, desabou a mãe.

Prestes a completar um ano e 9 meses no dia 29, a menina era tratada pelos pais como um tesouro. Na casa onde moram, em Belford Roxo, Geovanna tinha um quarto de princesa, todo rosa e com muitas bonecas, destoando do restante da casa, decorada com muita modéstia. Segundo o pai, a criança foi planejada e aguardada por dez anos.

?Estamos casados há 11 anos e esperávamos terminar a nossa casa para ter o bebê. O que aconteceu foi uma monstruosidade?, disse Adenildo, que está preocupado com reação da mulher.

?Não apareceu nenhum representante do poder público dando assistência ou satisfação. Passamos a noite e esta manhã no hospital. A minha mulher está enlouquecendo?, disse o pedreiro. Segundo ele, no hospital, agarrada à filha, já morta, Priscila tentou amamentar o bebê.

?Ela dizia: ?Acorda, filhinha, você precisa mamar??, contou o pai, muito abalado.

A cena foi presenciada por PMs do 39º BPM.?Quando chegamos ao hospital, a mãe segurava a menina no colo como se estivesse aguardando atendimento. Mas ela já estava morta?, disse o sargento Luís Cabral, 39º BPM, Belford Roxo. Segundo o policial, por volta das 19h30 de sexta-feira, quatro homens em um Vectra preto emparelharam com o Fox prata dirigido por Priscila. Assustada, ela acelerou, e um dos bandidos atirou. A bala perfurou o vidro e atingiu Geovanna na cadeirinha no banco do carona, ao lado da mãe, que por pouco não foi atingida.

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