Pais de metade dos universitários não têm o ensino superior

Estudo do Ipea mostra que continua existindo desigualdade no acesso a educação.

Alunos assistem aula do curso sobre saúde pública, na Faculdade da Santa Casa, na Santa Cecília. | AE
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Quase metade dos estudantes universitários do País alcançaram um nível de escolaridade maior que dos seus pais. É o que mostra pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) nesta terça-feira (5). De acordo com os dados, 15,8% dos pais dos estudantes possuem até o ensino fundamental completo e aqueles com ensino médio incompleto ou completo representam 32,9%. Já no caso das mães, esse número é de 13,8% e 33,6%, respectivamente.

O relatório diz que, recentemente, as ações do governo federal voltadas para o aumento de vagas nas instituições públicas e os incentivos para ingresso em universidades particulares têm provocado o crescimento de jovens no ensino superior.

Ao mesmo tempo, diz, a adoção de ações afirmativas no campo da educação teriam aumentado o nível de escolaridade dos pais dos estudantes universitários. E assim, provavelmente, trouxe também maior diversidade em relação ao nível socioeconômico das respectivas famílias.

Desigualdade

Apesar dos dados positivos sobre a ascensão, os números mostram que ainda existe desigualdade de oportunidades de acesso ao ensino superior e que há uma relação diretamente proporcional entre o nível de escolaridade do pai e da mãe e o acesso do jovem ao ensino superior.

Segundo a pesquisa, aproximadamente dois terços dos entrevistados concentram-se entre aqueles que tem pais e mães que concluíram o ensino médio ou o ensino superior. Na contramão, não alcançam 10% daqueles com escolaridade até o ensino fundamental incompleto. Nesse sentido, o Ipea cruzou os dados com o Censo Demográfico de 2010 e mostra que a maior faixa de concentração de pessoas da população brasileira com mais de 25 anos situa-se entre aquelas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (49,3%), seguida das pessoas com ensino médio completo ou superior incompleto (24,6%) e com superior completo (11,3%).

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