O metalúrgico Antônio da Costa Maciel, 57 anos, sabe bem o que é ser pai. O ensinamento que deu para o filho mais velho de 37 anos é o mesmo que hoje repassa ao caçula de 3 anos de idade. São 19 filhos no total, sendo um adotivo, com seis mães diferentes. Já os netos, Antônio perdeu a conta, mas estima que tenha pelo menos 40.
Pelas contas do metalúrgico, 9 são menores e 9 são maiores de idade. Mas apenas seis moram com ele. "Uns já estão casados. Outros estão com a mãe, mas sou eu quem bota comida na mesa deles e não deixo faltar nada", orgulha-se.
Antônio Maciel define com entusiasmo o que para ele significa ser pai. "É a minha maior alegria. Foi a melhor coisa que Deus me deu nesse mundo", diz. "Sou um pai coruja", confessa logo em seguida.
Natural do estado do Pará, o metalúrgico mora no Amapá há oito anos. Antes de vir para o estado, passou 28 anos na Guiana Francesa, onde nasceram 5 dos 19 filhos. Atualmente, três continuam morando em território francês, incluindo o mais velho de 37 anos que é adotivo.
Antônio Maciel conta que não pôde frequentar a escola porque começou a trabalhar muito cedo - aos 6 anos de idade - para ajudar a criar os seis irmãos. Mas sabe ler e escrever em português e francês.
"Tive que aprender francês para tirar identidade na Guiana. E aprendi a escrever português para responder um bilhete a uma namorada na época", lembra.
Trabalhando como metalúrgico, Maciel já foi picolezeiro, pedreiro, carpinteiro, padeiro, comerciante e conta que o seu maior sonho é ver todos os filhos criados antes de morrer. "Assim como o meu pai foi embora quando estávamos todos criados", diz.
Antônio Barbosa, de 24 anos, escolheu seguir a atual profissão do pai. "Tenho orgulho dele, do que ele faz para sustentar os filhos. Ele me ensinou o principal para ser um homem de bem que é ser honesto", conta orgulhoso.
Perguntado sobre o presente ideal para o pai, Antônio tem certeza que o melhor presente seria a reunião dos filhos neste domingo. "O que ele mais gosta é de ver os filhos reunidos junto com ele", conta.