O pai do garoto de 11 anos que teve o braço direito amputado ao ser mordido por um tigre em um zoólogico de Cascavel (PR) vai responder por lesão corporal grave. Ele foi detido e liberado após o depoimento.
Marcos do Carmo Rocha disse que estava com outro filho, de três anos, quando o de 11 anos se distanciou e avançou a área proibida para brincar com os animais. Ele alegou à polícia que quando percebeu o ataque bateu no tigre para que soltasse o braço do filho. Além do pai, o delegado Denis Marin, responsável pelo inquérito aberto pela Polícia Civil da cidade, vai ouvir outras pessoas.
Depois de prestar depoimento à polícia, Rocha foi liberado. Ele e o filho de 11 anos moram em São Paulo. Rocha veio a Cascavel visitar o outro filho menor, que mora com a ex-mulher.
A vítima permanece internada na ala de pediatria do HU (Hospital de Urgência), acompanhada pelo pai, depois de passar por uma cirurgia de emergência na noite de quarta-feira (30). De acordo com a assessoria de imprensa do HU, o braço direito do menino precisou ser amputado na altura do ombro. A assessoria também informou que o quadro clínico do paciente é "estável".
Segundo o delegado, outras pessoas também poderão ser responsabilizadas.
? Fizemos um pedido para que seja feito exame no IML (Instituto Médico Legal), ouvimos o pai. Em seguida, vamos ouvir todas as testemunhas (...) Se descobrirmos que a guarda do local viu a "brincadeira" e não tomou atitude, estes guardas também serão responsabilizados, da mesma forma.
A pena para este tipo de crime varia de dois a cinco anos de prisão. O delegado também condenou a atitude de quem assistia e gravava a cena.
? As pessoas preferiram tirar o celular do bolso e gravar o menino brincando do que fazer alguma coisa.
Área proibida
O ataque do tigre ao menino de 11 anos ocorreu na quarta-feira, quando o garoto estava em uma área proibida no recinto dos felinos. Ao colocar o braço direito dentro da jaula, o tigre, chamado de Hu, o atacou.
O menino teve o braço dilacerado. O caso chamou a atenção porque diversos visitantes alertaram o pai e também a criança dos riscos de mexer com o animal. No local, não havia nenhum funcionário do zoológico para avisar os visitantes sobre o perigo, apenas placas com avisos para não se aproximar das jaulas dos felinos.