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Pacientes paralisados voltam a andar com implantes cerebrais e espinhais

Tecnologia pioneira desenvolvida pela potência asiática reconecta cérebro e medula espinhal, abrindo caminho para o futuro da reabilitação neuromotora

Pacientes paralisados voltam a andar com implantes cerebrais e espinhais | Foto: China Daily
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Quatro pacientes com paralisia passaram por um procedimento cirúrgico inovador realizado na China, considerado pioneiro no mundo. A técnica envolveu a implantação de eletrodos no cérebro e na medula espinhal para criar uma espécie de "bypass nervoso", conectando as duas partes do corpo. O objetivo é permitir que esses indivíduos possam voltar a caminhar de forma independente.

O Instituto de Ciência e Tecnologia para Inteligência Inspirada no Cérebro da Universidade de Fudan, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, anunciou em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (4) que os pacientes foram submetidos à cirurgia de validação clínica entre 8 de janeiro e 3 de março. 

As operações ocorreram nos hospitais Zhongshan e Huashan, em Xangai, e resultaram em melhorias no estado dos pacientes em diversos níveis. Em um procedimento sincronizado de apenas quatro horas, os pacientes conseguiram mover as pernas com a ajuda de inteligência artificial dentro de 24 horas após a cirurgia.

Com base nos resultados dos três primeiros pacientes, observou-se que aqueles com lesões graves na medula espinhal conseguiram controlar as pernas de forma independente e dar passos dentro de duas semanas. Esse avanço marca o início de uma nova era na reconstrução da função neural para pessoas com paralisia. 

A medula espinhal desempenha um papel crucial na comunicação entre o cérebro e o sistema nervoso periférico. Quando danificada, os sinais motores do cérebro não conseguem alcançar os músculos, podendo resultar em paralisia permanente.

A equipe liderada por Jia tem trabalhado no desenvolvimento de uma nova geração de tecnologia de interface cérebro-medula, criando uma "ponte neural" entre o cérebro e a medula espinhal. Esse método envolve a captura e decodificação de sinais cerebrais e a estimulação elétrica controlada de raízes nervosas específicas, permitindo que pessoas paralisadas recuperem o controle dos membros.

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