Em mais uma reunião mensal do Fórum Interinstitucional Permanente em Saúde Pública do Estado do Piauí, realizada no Plenário do Conselho Regional de Medicina do Estado do Piauí – CRM-PI, um assunto importante trouxe discussões e encaminhamentos: a carência de diagnósticos para detecção de câncer em pacientes da rede pública de saúde e seguimento do tratamento, que inclui quimioterapia e radioterapia. A reunião teve representantes de várias instituições e a pauta foi proposta pelo coordenador geral da UTI do Hospital Getúlio Vargas - HGV e presidente da Sociedade de Terapia Intensiva do Estado do Piauí – SOTIPI, médico Jaílson Matos.
A reunião contou com representantes dos hospitais habilitados no Piauí para realizar o tratamento de pacientes com câncer, entre eles o Hospital São Marcos, que é filantrópico, e o Hospital Universitário – HU-UFPI, este que somente no final de 2016 começou a oferecer serviços em oncologia. Também participaram a presidente do CRM-PI e presidente do Fórum, Drª Mírian Palha Dias Parente, o vice-presidente do CRM-PI, Dagoberto Barros da Silveira, representantes da Secretaria Estadual de Saúde – Sesapi, representada pelo superintendente de Saúde do Piauí, médico Alderico Tavares, e pela coordenadora da Central de Regulação de Internações Hospitalares do Estado do Piauí, Socorro Guimarães, o defensor público federal no Piauí, Benoni Moreira, a promotora de justiça, Carla Carvalho, o juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça do Piauí, Antonio Oliveira, o defensor público do Estado Rogério Newton, o diretor técnico do Hospital São Marcos, médico Jefferson Campelo, a diretora administrativa do HU, Maria Rachel de Castro, além de representantes de Comissão de Saúde da OAB Piauí e da chefia de Oncologia do HU.
Segundo o Dr. Jaílson, a sugestão das discussões foi baseada na dificuldade encontrada em regular os pacientes diagnosticados com doença oncológica atendidos no HGV. “Alguns casos, pacientes aguardando mais de 12 semanas para iniciarem o protocolo terapêutico. Alguns evoluíram para óbito na UTI, sem sequer terem iniciado o tratamento específico”, afirmou. Após muitas falas com informações e esclarecimentos dos presentes, foi definido que é preciso reduzir urgentemente as falhas no sistema público de saúde, que vêm dificultando o acesso da população ao diagnóstico, mais precisamente o exame de biópsia, e seguimento do tratamento, uma vez que essa falha contradiz o que determina a Lei dos 60 Dias (Lei 12.732/12), a qual garante o direito de qualquer pessoa de ser submetida ao primeiro tratamento para câncer no SUS, no prazo de até 60 dias contados a partir do dia em que for assinado o diagnóstico em laudo patológico.
Entre os encaminhamentos dos presentes, ficou definida a criação de uma ‘força-tarefa’ nos hospitais da rede pública que realizam tratamento para o câncer, bem como o Estado melhorar o fluxo com maior prioridade para pacientes com suspeitas de câncer para terem acesso rápido no diagnóstico e tratamento específico. Além disso, uma nova reunião ficou marcada para acontecer na próxima terça-feira (15), às 15 horas, com a presença do CRM-PI, órgão que preside o Fórum, e representantes da Regulação do Estado e do município de Teresina, Sesapi, HU e Hospital São Marcos, com o objetivo de criar estratégias para melhorar e ampliar formas da população ter o pronto atendimento e encaminhada para a realização dos exames oncológicos necessários.