A busca pelo corpo perfeito é uma tarefa que muitas pessoas seguem à risca. Mas você já ouviu falar que tudo em excesso faz mal? Academia, corrida, crossfit, triatlo, não importa. A prática de exercícios físicos necessita de acompanhamento multidisciplinar, e o médico termina sendo um profissional imprescindível para manter a saúde durante os treinos e evitar o que os especialistas chamam de overtraining.
No programa Super Top desta quinta-feira (24), o médico do esporte e endocrinologista Júlio Sampaio explicou os riscos de atividades físicas em excesso. O ideal é buscar o equilíbrio e estar sempre atento às orientações do profissional da educação física. “O overtraining são as condições recorrentes ao excesso de treinamento. A atividade física é benéfica em uma determinada intensidade, que é algo bastante subjetivo. Mas quando você ultrapassa essa intensidade, você pode ter doenças relacionadas a isso”, conta.
Os exercícios devem levar em conta a “disposição orgânica” do praticamente. “Não temos um critério diagnóstico para precisar quanto cada pessoa pode se exercitar. Por isso o ideal é que a pessoa pratique exercícios físicos regulares de quatro a cinco vezes por semana, entre 45 minutos a 1h30. Quando a pessoa começa a praticar os exercícios de forma bastante competitiva, como um atleta amador que quer fazer um triatlo, precisa tomar cuidado”, aponta Júlio Sampaio.
As consequências podem ser graves. “Esse excesso de treinamento pode levar a alterações orgânicas. Na mulher é muito comum a tríade da mulher atleta, que é decorrente de alterações e distúrbios alimentares, alterações do sono, distúrbios ósseos. Enfim. Doenças atreladas a esta sobrecarga”, acrescenta o endocrinologista e médico do esporte.
Overtraining pode causar ansiedade, depressão e infecções
O médico Júlio Sampaio afirma que a ausência de um acompanhamento adequado pode levar a quadros inimagináveis para leigos. “O overtraining é mais comum proporcionalmente em atletas. Mas em números absolutos, os amadores são as maiores vítimas. Principalmente porque eles têm outras preocupações, como trabalho e família. Nesse caso o ideal é uma equipe multidisciplinar com médico, nutricionista, educador físico, etc. Caso contrário, o rendimento não evolui e a pessoa também pode adquirir ansiedade, infecção de vias aéreas e distúrbios depressivos”, aponta.
Problemas de ordem física e motora também estão relacionadas ao excesso de exercícios. “Lesões, sobrecarga em articulações do tornozelo, sobrecarga muscular e hipertermia. Em nosso Estado, com esse calor grande, caso a pessoa não tenha acompanhamento, pode levar a esse quadro”, orienta o médico do esporte.