Ricardo Galvão foi a única vítima encontrada até agora nos escombros do prédio que desabou em São Paulo. O rapaz que já tinha saído do edifício mas voltou para ajudar outros moradores caiu no momento em que estava sendo socorrido pelo Corpo de Bombeiros.
Na madrugada de terça-feira, dia 1º de maio, um incêndio tomou conta do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, centro de São Paulo. O prédio do Governo Federal estava abandonado. Dentro do prédio, Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, conhecido como “Tatuagem”, tentava ajudar outras pessoas a sair. Mas ficou preso pelo fogo.
Antes de cair, Ricardo fez uma ligação:
– Polícia Militar, Emergência.
– Eu tô no prédio que tá pegando fogo!
– O senhor tá dentro?
– Hã?
– O senhor tá dentro do prédio?
– Eu tô no prédio. Eu tô no último andar. Eu tô no térreo. Eu tô na, na, na cobertura! O fogo já tá aqui em cima.
– Tem a altura do número aí? Mais ou menos a rua?
– É no começo da Rio Branco. O bombeiro já tá vindo pra cá.
– Eu vou avisar que o senhor tá em cima, tá?
– Por favor! O fogo já aqui em cima perto de mim!
– Tem mais alguém com o senhor aí?
– Teve gente que não conseguiu subir por causa da fumaça. É muito tóxica.
– Tá, tá. Tá bom. Eu vou avisar aqui, tá bom?
– Por favor, manda o resgate pra mim aqui, eu tô no térreo.
– Como é que é seu nome? Qual que é seu nome, senhor?
– Ricardo de Oliveira Galvão.
– Senhor Ricardo, eu já vou avisar, tá bom? É só aguardar aí.
– Por favor, manda o helicóptero. Me tira daqui!
– Senhor, eu já tô avisando. Conte com a Polícia Militar. Boa noite.
Bombeiros tentavam salvá-lo com uma corda quando tudo veio abaixo. Eles subiram quinze andares de escada até chegar num ponto de onde pudessem fazer o resgate. Do alto de um prédio próximo, dá para ver o buraco que os bombeiros fizeram na parede para chegar até Ricardo.