Ordem de despejo gera mobilização dentro do residencial Jacinta Andrade

De acordo com a Associação de Moradores do Jacinta Andrade, a ordem judicial de despejo, que envolve 216 famílias, está sendo dividida em etapas

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Representantes da Associação de Moradores do residencial Jacinta Andrade, estão insatisfeitos com a ordem de despejo dos moradores anunciada pelo juiz Reinaldo Dantas. Os membros da Associação afirmam que estiveram na Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH), na terça-feira (07) e não receberam nenhuma informação sobre essa ação.

Uma das representantes da Associação, Anísia Teixeira, comenta que a ordem de despejo deveria ser para todos os moradores (quem comprou, alugou, doou e invadiu as casas), porém, está tendo uma discriminação por parte da Agência de Desenvolvimento Habitacional. ?O juiz expediu ordem de despejo para todas os casos de irregularidades, mas a ADH quer dividir esse processo em etapas. Ela está fazendo cambalacho?, coloca Anísia.

Com o despejo sendo feito em períodos diferenciados, os primeiros a serem colocados para fora seriam os mais carentes. A ordem é para o despejo de 116 famílias na primeira etapa e mais 100 em um segundo momento, totalizando 216 famílias. Além disso, outros conjuntos habitacionais estão com ordem de despejo, mas a associação de moradores do Jacinta acredita que a implicância é apenas com eles.

?A ADH está fazendo a política de boa vizinhança. Nós fomos os únicos que fomos lá e apresentamos as irregularidades, por isso essa implicância com a gente?, acrescenta Anísia ao informar que nenhum morador do residencial possui documentos que garanta a presença deles nos imóveis.

?Não existe nada contratual que nos deixe ali, mas a ADH deve ter a posse, porque ela vai despejar. E o pior de tudo, quem precisa vai ser despejado e os que não precisam estão vendendo, alugando. O despejo é pra todos ou não é pra ninguém!?, reclama a moradora.

A Associação vai solicitar ajuda do Ministério Público Estadual e Federal, para que eles peçam providências e seja feita uma reavaliação de quem foi sorteado nessas casas. ?Essas injustiças podem acabar, se a situação de cada ocupante for verificada e as pessoas que estão vendendo sejam criminalizadas por estelionato. Tem casas lá sendo vendidas por R$ 15 mil?, finaliza Anísia.

Em nota, a assessoria da ADH informou que desconhece qualquer ação de despejo que esteja acontecendo, e esclareceu ainda que tal medida somente poderá ser efetivada por meio de decisão judicial. Sobre haver discriminação na ordem de despejo, são atingidos todos aqueles que estão ocupando de forma irregular e não critérios isolados.

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