Em 26 Estados, operação da PRF deixa motoristas “no escuro”

Apenas agentes do Piauí não aderiram. Não há como saber onde fiscalização vai ser intensificada

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A operação padrão dos agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que começou na última quarta-feira (8), deve atingir praticamente todo o País nesta quinta-feira (9) e provocar engarrafamentos nas principais rodovias federais brasileiras. Até o fim da manhã, apenas o Estado do Piauí não tinha aderido ao movimento.

A operação padrão é um protesto dos policiais por melhores salários e melhores condições de trabalho. Para pressionar o governo, os agentes intensificam as fiscalizações em alguns pontos das estradas, deixando os motoristas parados.

Para quem vai pegar a estrada o maior problema será a falta de informações. Como as paralisações serão em locais não divulgados, o motorista não terá como saber se vai ter problemas antes de pegar a estrada. A PRF informa que não há um número de telefônico específico para divulgar informações sobre a condição das rodovias.

Alguns Estados possuem um twitter como forma de comunicação em tempo real. Nesses casos, o usuário é sempre PRF191 + a sigla do Estado. Por exemplo, no DF o usuário da PRF é prf191df e no Rio de Janeiro é prf191rj.

No caso de emergências, o cidadão pode ainda entrar em contato com o telefone 191 e falar com os agentes da PRF, mas não é certo que o local das fiscalizações será informado.

A intensificação das fiscalizações nas rodovias, no entanto, não seguirá um padrão em todo o País. A ideia é que cada Estado selecione um tipo de veículo para reter e fazer blitzes. De acordo com o presidente da FenaPRF (Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais), Pedro Cavalcanti, serão operações temáticas de aproximadamente três horas em diferentes rodovias.

? Decidimos não fazer a operação padrão como é conhecida, quando paramos todos os veículos, sem exceção. Cada Estado vai escolher sua peculiaridade econômica e decidir quem parar. Isso vai minimizar os transtornos para a sociedade.

300 mil servidores federais estão paralisados

A operação padrão começou depois que o governo federal adiou as negociações com a categoria. Segundo o presidente da FenaPRF, desde agosto do ano passado os agentes tentam um acordo com o governo, mas não há proposta.

Com a operação, os agentes pretendem mostrar ainda que o efetivo não é suficiente para o trabalho da categoria. A estimativa da FenaPRF é que seja necessário pelo menos dobrar o efetivo de 9.000 servidores para que o serviço possa funcionar normalmente e com qualidade.

? Estamos em negociação há um ano e nada. O salário é o mesmo desde 2006. Nossa ideia é mostrar que com a PRF precisa de melhores condições de trabalho. É preciso atenção para que possamos desempenhar trabalho efetivo. Para fazer o serviço ideal, com o efetivo que temos, sempre vamos acabar em congestionamentos enormes.

Negociações

O Ministério do Planejamento, responsável pelas negociações salariais com as categorias, nega que as negociações tenham sido suspensas. De acordo com a assessoria de imprensa, elas foram apenas adiadas para a próxima semana e haverá rodada de negociação com as categorias entre os dias 13 e 17 de agosto.

Enquanto houver greve, a determinação do ministério é que o ponto dos servidores parados seja cortado e o salário descontado.

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