Cerca de 4 milhões de brasileiros são portadores da Hepatite C, uma doença silenciosa e, muitas vezes, mortal. E você sabia que alguns medicamentos que podem ajudar a salvar vidas de pessoas que sofrem com a doença já foram registrados na Anvisa há um ano, mas ainda não estão disponíveis no SUS? É justamente esta inclusão que a ONG "C tem que saber C tem que curar" quer viabilizar agora.
A Hepatite C, em números, afeta praticamente sete vezes mais pessoas do que o HIV no Brasil (4 milhões contra 600 mil, segundo a ONG). Outros tipos de hepatites têm vacina, como a B, por exemplo, mas a C não tem. Luis Francisco Martucci, que preside a ONG, conseguiu superar a doença no passado e agora tenta facilitar o processo para outros portadores.
? Em julho de 2011, a Anvisa registrou novos medicamentos para portadores de Hepatite C, os inibidores de protease [IPs]. Só que eles ainda não estão incorporados na portaria ministerial [que os contempla para tratamento no SUS].
A questão é que a Hepatite C, que ataca o fígado, não manifesta sintomas e só vai "dar sinal" do problema quando a pessoa já está extremamente afetada. Portanto, fazer exames e detectar o problema é essencial para garantir a vida de uma pessoa. Segundo o presidente da ONG, se detectada logo de cara, a chance de uma hepatite dessas ser curada é de 69% a 74%, com a chamada terapia tripla, com três medicamentos, incluindo os já mencionados "IP"s.
Luiz Francisco têm levado sua ONG para realizar exames rápidos (com coleta de sangue) e ajudar nessa prevenção. Tudo porque, segundo ele, se o quadro não mudar, 1 milhão de brasileiros portadores da hepatite C devem ter cirrose: "A projeção matemática é que 25% dos 4 milhões de portadores vão evoluir para cirrose hepática".
E ele, depois de passar por Índia e Hong Kong, vai agora para Bogotá no dia 13 de julho, falar em mais um evento para divulgar a importância do combate e da detecção da doença. Duas semanas depois, dia 28, é o dia mundial da luta contra a Hepatite C.
Luiz Francisco conseguiu "um gás extra" para sua iniciativa com ajuda da frente parlamentar (multipartidária) das hepatites virais, que, segundo ele, foi quem se dispôs a "abrir a porta".
O presidente da frente parlamentar é o deputado Fernando Capez, que combate a violência das torcidas organizadas e, agora, também a doença. Segundo ele, o papel dos políticos é justamente "cobrar providências do poder executivo" para que a ONG seja ainda mais eficiente.
? Apoiar o trabalho da ONG pode ser a diferença entre a vida e a morte para um portador da Hepatite C.
Hepatite C é coisa séria. Vários jogadores da Copa de 70, da seleção brasileira que conquistou o tricampeonato mundial, contraíram Hepatite C. Hoje, eles alertam para o tratamento da doença.