A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou uma iniciativa global destinada à prevenção de doenças. A Rede Internacional de Vigilância de Patógenos, lançada pela OMS, tem como propósito aprimorar os sistemas de coleta de amostras, utilizando dados relevantes para embasar políticas públicas, facilitar a tomada de decisões por parte dos gestores e promover um amplo compartilhamento de informações na comunidade científica.
A OMS revelou a iniciativa no sábado, 20 de maio, pouco antes da realização da 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), que ocorrerá até 30 de maio. Durante seu discurso no evento na segunda-feira (22), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou a necessidade crucial de os países se prepararem para enfrentar novas emergências de saúde.
“Permanece a ameaça do surgimento de outra variante que causa novos surtos de doenças e mortes. E a ameaça de outro patógeno emergente com potencial ainda mais mortal permanece. E as pandemias estão longe de ser a única ameaça que enfrentamos. Em um mundo de crises sobrepostas e convergentes, uma arquitetura eficaz para preparação e resposta a emergências de saúde deve abordar emergências de todos os tipos”, afirmou Adhanom.
Identificação de doenças
A nova rede emprega dados genômicos como base de informações sobre agentes patogênicos, por meio da análise do código genético de vírus, bactérias e outros microrganismos. Seu objetivo principal é aprofundar a compreensão das características das infecções, como sintomas, modos de transmissão e riscos à saúde. Ao utilizar essa abordagem genômica, busca-se obter um maior conhecimento sobre os patógenos e aprimorar as medidas de prevenção e controle de doenças.
Segundo a OMS, cientistas e especialistas em saúde pública poderão utilizar as informações fornecidas pela rede para identificar e rastrear doenças de forma mais eficaz. Essa abordagem visa não apenas prevenir surtos, mas também responder a eles como parte de um sistema de vigilância mais abrangente. Além disso, a utilização desses dados genômicos permitirá o desenvolvimento de tratamentos e vacinas mais direcionados, com base nas características específicas dos patógenos identificados.
A implementação da rede permite à OMS enfatizar que os países serão capazes de identificar e responder a potenciais ameaças de doenças antes que elas atinjam o estágio de epidemia ou pandemia. Com a operação efetiva dessa rede, busca-se fortalecer a capacidade de detecção precoce, permitindo uma resposta rápida e assertiva, com o intuito de conter e controlar surtos antes que se espalhem amplamente.
“O objetivo dessa nova rede é ambicioso, mas também pode desempenhar um papel vital na segurança da saúde: dar a todos os países acesso ao sequenciamento e análise genômica de patógenos como parte de seu sistema de saúde pública”, disse o diretor-geral da OMS.