A oferta de novos procedimentos cirúrgicos no Hospital Veterinário Universitário Médico Veterinário Jeremias Pereira da Silva (HVU), do Campus Ministro Petrônio Portella, da UFPI em Teresina, tem levado ao aumento na procura pelos serviços por parte da comunidade piauiense e também de outros estados, como Ceará e Maranhão. Se antes alguns procedimentos eram realizados apenas fora do Piauí, agora são oferecidos a valores subsidiados no HVU.
Animais de pequeno porte - Para pequenos animais, uma das novidades é a osteossíntese com placa e parafusos, cirurgia ortopédica para correção de fraturas, realizada em substituição ao tradicional procedimento de colacação de pinos, que podem não ser adequados ao uso em todos os tipos de danos nos ossos. A técnica pode ser feita em cães e gatos de qualquer idade.
“ Mais moderno, o uso da placa oferece mais rigidez e segurança durante a cicatrização, aumentando a eficiência do tratamento. O pino pode sair do lugar, pode entortar, provocando problemas de falta de consolidação e de demora na cicatrização, por exemplo. A placa, não. Suporta mais as forças que o animais coloca”, explica Bruno Martins, médico veterinário cirurgião do HVU.
Com duração de 1 hora e meia a 4 horas, dependendo da complexidade da fratura, a cirurgia é oferecida ao público do HVU pelo valor médico de R$ 170, cerca de 40% mais em conta do que o valor praticado em clínicas veterinárias particulares de Teresina.
No HVU, a procura pela cirurgia de correção de fratura com placas e parafusos está crescendo. Desde outubro de 2016, quando o Hospital passou a oferecer o procedimento, são realizados em media por mês 10 atendimentos cirúrgicos desse tipo a cães e gatos. No total, o HVU faz, em média, 120 cirurgias de todos os tipos todo mês. Outras modalidades de cirurgia ortopédica também estão disponíveis à comunidade, ajudando a salvar da eutanásia animais que chegavam ao Hospital, muitas vezes, com graves problemas de coluna, segundo o veterinário Bruno Martins, que tem residência em Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais, com ênfase em ortopedia e neurocirurgia.
“Estamos implementando várias cirurgias em articulações, de reconstituição de ruptura em ligamento cruzado, de hérnia de disco, de fraturas e luxações vertebrais, por exemplo. São cirurgias que não requerem equipamentos especiais, é mais saber a técnica mesmo”, afirma Bruno Martins, um dos quatro novos médicos veterinários, contratados no HUV desde outubro de 2016, para reforço nas equipes do Hospital. Os novos servidores são especializados nas áreas: cirurgia de cães e gatos, cirurgia de grandes animais, anestesiologia veterinária e diagnóstico por imagem, numa seleção pioneira no Brasil, em que os novos veterinários precisaram comprovar residência já no ingresso à Instituição.
Animais de grande porte - Na área de grandes animais, a novidade é a realização de cirurgias para tratar cavalos que apresentam dor abdominal, em decorrência da Síndrome da Cólica Equina, um problema geralmente ligado à questão da alimentação. Na maioria dos casos atendidos no HVU, as cólicas são provocadas pela ingestão de capim de má qualidade, de fibra ruim. O material forma um bolo compactado - seco, firme e desidratado – na barriga do cavalo. Sem trânsito intestinal adequado, o bolo acaba ficando preso, levando à dor. Se não tratada e dependendo da complexidade, a cólica pode levar o animal à morte.
O HVU é o único local que realiza esse tipo de cirurgia no Piauí e no Maranhão, segundo o médico veterinário Matheus Alfenas. O procedimento começou a ser oferecido no Hospital em março de 2017 e, de lá pra cá, ocorreram 5 cirurgias. Só neste mês de julho, foram duas. O procedimento pode levar de 3 a 5 horas para ser realizado e envolve a participação do médico veterinário cirurgião, auxiliado por um veterinário residente ou aprimorando e pelo menos um anestesista. No HVU, o valor médio do procedimento é de R$ 5 a 6 mil reais. Na rede privada, pode chegar a RS 10 mil.
“Na maioria dos casos que chegam aqui, os animais já passaram por atendimento de um veterinário, e o profissional não conseguiu resolver o problema com uso de medicação, aí temos que realizar o procedimento cirúrgico. Em outras situações, verificamos que o proprietário insiste no tratamento em casa e só traz o animal ao hospital quando já tentou de tudo. É fundamental o proprietário ser consciente e trazer logo o animal”, alerta Matheus Alfenas, médico veterinário Cirurgião do HVU, especializado em Clinica e Cirurgia Veterinária.
O veterinário esclarece ainda a atenção que os proprietários de cavalos devem ter quanto à cólica em seus animais.
“ Existem várias causas para as cólicas e para cada situação temos um tratamento diferente. Às vezes, o problema é resolvido com hidratação e analgésicos, outras só com a cirurgia. De forma geral, a cólica é a segundo maior causa de doenças nos cavalos, que pode evoluir para problemas mais sérios e até levar à morte, se não tratada adequadamente", frisa Alfenas.
O diretor do Hospital Veterinário Universitário, Prof. Dr. João Macedo, destaca que oferta dos novos serviços tem qualificado ainda mais o atendimento prestado no Hospital.
“A realização dos novos procedimentos melhorou muito o atendimento ao público do HVU. Por exemplo, os proprietários de cavalos precisavam levar seus animais a outros estados em busca de tratamento cirúrgico para dor abdominal. Agora encontram esse atendimento aqui mesmo. O HUV também tem atraído estagiários e residentes até de outros estados, em busca da vivência com essa expertise, oferecida aqui.”, afirma João Macedo.
Além do ingresso dos 4 novos médicos veterinários, o HVU também passou a contar com novas instalações para acomodar grandes animais. Foram construídas oito baias, a partir da doação de madeira feita pelo Ibama à Universidade. As salas de cirurgia também estão passando por reformas para melhor acolher os animais e dar mais conforto aos profissionais que atuam no HVU.
Compreenda a cobrança de valores - Os preços praticados no HVU são tabelados e aprovados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão ( Cepex/UFPI) e custam, em média, 40% mais barato que a tabela regional.