Os estudos mais recentes sobre o novo Coronavírus (COVID-19), divulgados na última semana na França e nos Estados Unidos, apontam que a obesidade está presente em mais da metade dos pacientes internados e também naqueles que precisam de ventilação mecânica.
"Por meses, a idade e doenças como diabetes e hipertensão apareceram como fatores determinantes de risco, mas agora estudos conduzidos nos Estados Unidos e na França constataram que a obesidade é fator crônico mais importante e o maior marcador para fator de agravamento, principalmente em pacientes jovens e em pacientes que necessitam de respiradores nos hospitais", informa o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCBM), Marcos Leão Vilas Bôas.
Ele lembra que a SBCBM trabalha para conter a epidemia da obesidade no Brasil. "Agora, mais do que nunca, precisamos de politicas mais eficazes para combater a obesidade e as doenças crônicas associadas a ela, Diabetes Tipo 2, problemas no coração, hipertensão e problemas respiratórios. Já que estes pacientes, uma vez infectados, correm um maior risco de exibir complicações sérias, se comparado a uma pessoa saudável", completou Villas Bôas.
ESTADOS UNIDOS - Segundo dados divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, divulgado no dia 08 de abril, a obesidade é a condição mais comum entre pacientes com COVID-19 hospitalizados entre 18 e 65 anos. O relatório do COVID-NET foi realizado entre 1 e 30 de março, primeiro mês de vigilância nos Estados Unidos, em 99 municípios de 14 estados americanos.
Para aproximadamente 180 adultos hospitalizados 89,3% apresentavam outras doenças crônicas, sendo as mais comumente relatados a hipertensão (49,7%), obesidade (48,3%), doença pulmonar crônica (34,6%), diabetes mellitus (28,3%) e doença cardiovascular (27,8%). Entre jovens e adultos internados, com idades entre 18 e 49 anos, 59% são obesos. Na faixa etária entre 50 e 64 anos, o número de obesos nos leitos é de 49%. Apenas entre idosos, com idade igual ou superior a 65 anos, a obesidade é superada pelos casos em que pacientes apresentam histórico clínico de hipertensão arterial.