O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, disse neste domingo que há "fortes indícios" de extermínios nas mortes de moradores em situação de rua em Goiânia. Desde agosto do ano passado foram assasinadas 26 pessoas na região metropolitana da cidade.
Damous considera que as ocorrências merecem uma investigação mais aprofundada e pretende se reunir com os integrantes da força-tarefa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que está em Goiânia desde ontem, para avaliar se a comissão da OAB poderá adotar alguma medida.
"Os relatos que tivemos por parte da força-tarefa são preocupantes, de acordo com o que foi dito pelos moradores de rua, pelas características dos assassinatos, há fortes indícios de que há uma sistemática de extermínio, de execuções sumárias", disse.
Ontem, força-tarefa da Secretaria de Direitos Humanos chegou a Goiânia para ouvir relatos dos moradores em situação de rua. A missão pretende se reunir com representantes do Ministério Público e da Polícia Civil de Goiás para pedir a apuração imediata dos casos.
O presidente da comissão da OAB conversou por telefone com integrantes da força-tarefa e soube que os relatos dos moradores de rua contradizem a versão da polícia de que as mortes são consequência de desentendimentos entre os moradores de rua. Os relatos apontam o envolvimento de agentes públicos nos crimes. Damous ressaltou que os crimes não podem ficar impunes, independentemente de quem for o responsável.