Número de mortos sobe para 21 em naufrágio de navio no Pará

O naufrágio ocorreu na noite desta terça-feira (22) no Pará

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Foi confirmado pela Secretaria de Segurança Pública que foram encontrados corpos de 21 vítimas donaufrágio de um navio ocorrido na noite de terça-feira (22) no rio Xingu, no Pará.

O número atualiza a Defesa Civil do Pará que havia confirmado a localização de 19 corpos até o início da manhã desta quinta-feira (24)

O dono da embarcação teria dito que o navio estava com 48 pessoas a bordo. Antes da confirmação das novas mortes, a Secretaria de Segurança Pública (Segup) havia dito que 16 pessoas estavam desaparecidas e 23 tinham sido resgatadas com vida. Ainda não há informações se 11 corpos são dos desaparecidos.

O navio Capitão Ribeiro saiu do município de Santarém, oeste do estado, às 18h de segunda-feira (21), segundo informação da Segup. As informações iniciais diziam que 70 pessoas estavam a bordo. A embarcação tinha escala nos municípios de Monte Alegre e Prainha. O destino final era Vitória do Xingu.

O barco afundou por volta de 22h de terça, em uma área denominada Ponte Grande do Xingu, entre Porto de Moz e Senador José Porfírio. Chovia quando o acidente aconteceu. Muitos sobreviventes disseram que a embarcação foi atingida por uma tromba d’água – fenômeno similar a um tornado.

“A tripulação disse ter visto, no horizonte, algo com o formato de um funil, acompanhado de muita chuva e vento forte, e que teria pego o barco pela popa e o afundado. De acordo com os relatos, a embarcação girou e afundou em seguida”, afirmou o delegado Elcio de Deus, de Porto de Moz.

Investigações

A Polícia Civil já ouviu integrantes da tripulação e sobreviventes. O dono da embarcação será ouvido na manhã desta quinta-feira.

De acordo com a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon-Pa), a empresa não estava legalizada para fazer o transporte de passageiros.

Confusão de números

  • Na quarta-feira pela manhã, a Secretaria de Segurança Pública informou que havia 70 pessoas no barco, das quais 25 sobreviveram.
  • No fim da tarde, a pasta divulgou que, na verdade, havia 15 sobreviventes e que 10 mortos foram resgatados.
  • Ainda na quarta, o Corpo de Bombeiros informou que o número de resgatados subiu para 19.
  • Na manhã desta quinta-feira, a secretaria informou que, segundo o dono do barco, havia 48 pessoas na embarcação.
  • A pasta, porém, informou que trabalhava com o número de 49 pessoas: 10 mortos, 23 sobreviventes e 16 desaparecidos.
  • A divergência entre o que disse o piloto e os números da secretaria não foi esclarecida até o momento

Vítimas

A equipe do Centro de Perícias Científicas “Renato Chaves” liberou na noite de quarta-feira (23) os corpos das nove vítimas já identificadas do naufrágio da embarcação Capitão Ribeiro. Entre elas, está um bebê de 1 ano.

A identificação dos mortos está sendo feita no ginásio municipal Chico Cruz. Uma equipe de oito profissionais, entre peritos, médico e auxiliares do Centro de Perícias Científicas de Belém e de Altamira atua no trabalho. Com o apoio da Prefeitura de Porto de Moz, foi montado um atendimento padrão para “desastres em massa”.

Os mortos identificados são:

  • Luciana Pires, de 28 anos
  • Neiva Romano, 18
  • Maria Duarte, 57
  • Aurilene Sampaio, 36
  • Lucivalda Marques Oliveira, 41
  • Roseane dos Santos Leite, 25
  • W.L.O , 56, de Santarém
  • Orismar Miranda, 61
  • S.H.S.S, 1 ano

O CPC liberou os corpos com a expedição da declaração de óbito para os familiares. O corpo de um homem, a décima vítima, ainda aguarda, oficialmente, pelo reconhecimento da família.

Buscas

As equipes do Corpo de Bombeiros mantiveram as buscas às vítimas até o final da tarde de quarta-feira e as retomam cedo nesta quinta. Uma balsa e embarcações da Prefeitura de Porto Moz, além de lanchas do Corpo de Bombeiros, estão sendo usadas na operação. O helicóptero do Graesp está apoiando as ações na área de buscas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros/Defesa Civil, a embarcação, com capacidade para 90 a 100 passageiros, foi ancorada às proximidades da margem com o apoio de uma balsa da prefeitura.

Técnicas da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) já acompanham os sobreviventes e realizam o atendimento psicossocial dos familiares.

Sobreviventes

Segundo Bruno, uma lona colocada sobre o barco para proteger os passageiros de uma forte tempestade na noite de terça dificultou que mais pessoas conseguissem se salvar da embarcação.

Ainda de acordo com Bruno, um homem que também tentava sobreviver impediu que ele concluísse o resgate da criança. “Ele subiu em cima de mim, tirou a criança e rasgou minha camisa. Eu consegui sair desse cara e ele foi para o fundo”.

Segundo o DJ, ao chegar a superfície ele conseguiu avistar outros sobreviventes, mas nem todos conseguiam se manter flutuando pela falta de coletes salva-vidas. “Foi aí que consegui me manter na superfície, mas muita gente infelizmente não conseguiu”, relata.

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