Número de mortos no terremoto no Haiti passa de 200 mil

Bellerive defendeu no Senado mudança na estrutura do governo.

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O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, disse nesta terça-feira (2) que mais de 200 mil mortos já foram contabilizados após o terremoto de 12 de janeiro e que este número não inclui os corpos que ficaram sob escombros nem as vítimas enterradas por suas próprias famílias.

Cifras anteriores falavam em 170 mil mortos. Bellerive divulgou estes dados durante uma visita ao Senado haitiano, onde falou aos parlamentares sobre a necessidade de mudar a estrutura de governo para poder enfrentar a crise humanitária provocada pelo terremoto. O governo haitiano também decidiu adiar sem previsão as eleições previstas para o final de fevereiro.mês, num momento em que a justiça tentava se reorganizar para apurar o caso.

As eleições legislativas e senatoriais previstas, respectivamente, para os dias 28 de fevereiro e 3 de março, foram adiadas "para uma data posterior" não especificada, anunciou o órgão oficial encarregado de organizar as votações. A decisão não constitui uma surpresa. O terremoto do dia 12 de janeiro acabou com o já frágil aparelho do Estado haitiano.

"Perdemos a sede da Presidência, o Palácio de Justiça, o ministério das Relações Exteriores e até nossas igrejas", lembrou o advogado Arthur Calixte, que assistia a uma cerimônia organizada na manhã desta terça-feira diante das ruínas do Palácio de Justiça em memória aos cerca de 15 magistrados mortos na catástrofe. A combalida justiça haitiana tem que lidar desde sexta-feira com o caso de dez americanos acusados de tentarem retirar ilegalmente 33 crianças do país.

O procurador de Porto Príncipe, Mazar Fortil, disse nesta terça-feira à AFP que os dez americanos estão sendo ouvidos pela justiça e que o problema de intérprete, que atrasou o processo segunda-feira, já foi resolvido. "Os indiciamentos só serão pronunciados depois do fim das audiências", avisou.

Os dez americanos, membros da organização religiosa New Life Children"s Refuge, com sede em Idaho (noroeste dos EUA), são acusados pelas autoridades haitianas de ter se aproveitado do terremoto para "roubar" as crianças, com idades de 2 a 14 meses. "Queríamos, apenas, ajudar as crianças", alegou a porta-voz do grupo.

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