A internet do Brasil enfrentou duas situações distintas em 2015. A quantidade de internautas brasileiros ultrapassou a casa dos 100 milhões e o ano foi o primeiro a registrar uma redução no número de casas que possuíam computadores com acesso à internet.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25).
O total de domicílios com a presença de computadores caiu de 32,5 milhões para 31,4 milhões (48,5% do total para 46,2%) entre 2014 e 2015. É bom notar que essa é a primeira queda em números absolutos. Em 2014, houve queda percentual.
A quantidade de residências que tinham PCs conectados à internet também recuou no mesmo período. Passou de 28,2 milhões para 27,5 milhões.
Apenas três unidades federativas não apresentaram recuo na presença dos computadores em residências: Distrito Federal (70,4%), Santa Catarina (57,3%) e Rio Grande do Norte (37%). A queda foi generalizada nos outros, mas maior percentualmente no Acre, Mato Grosso e Amapá.
"Isso se deve ao crescimento do acesso por meio de outros equipamentos e em outros locais que não o domicílio”, analisa o IBGE.
Com celular
O “outro equipamento” citado pelo instituto é o celular. E esse cenário é um aprofundamento de uma situação constatada na Pnad de 2014. No relatório daquele ano, o IBGE havia mostrado que os smartphones tinham passado os computadores e se tornado os aparelhos preferidos dos brasileiros para acesso à internet.
A Pnad de 2015 mostra que o celular continua tomando espaço de outro equipamento: o telefone fixo. Os aparelhinhos móveis passaram a ser o único telefone de 58% das casas brasileiras, um avanço de 1,7 ponto percentual. O fenômeno é mais forte nas regiões Norte (74,7%) e Nordeste (72,8%).
Mas nem tanto
Segundo o IBGE, o Brasil tinha 63,5 milhões de casas com telefone (fixo ou celular).
Apesar de ter diminuído em 855 mil o total de domicílios com o aparelho, o percentual de casas com acesso ao equipamento variou pouco. A penetração dos aparelhos ficou em 93,3%, apenas 0,1 ponto percentual abaixo do indicado em 2014.