Cinthia Lages
Especial para o +Mais
Quando o Centro Administrativo do Piauí foi inaugurado, em 1979, a cidade ganhou um conjunto arquitetônico moderno e a região onde está localizado, na zona Sul de Teresina, ganhou a possibilidade de promover transformações urbanas no entorno, incluindo a melhoria do sistema viário - com a construção da Avenida Maranhão e o aproveitamento das margens do rio Parnaíba. Em meados dos anos 80, a área conhecida como “Prainha” era um ponto de encontro dos teresinenses. Mesmo com a decadência do local, resultado, sobretudo, da aceleração dos processos migratórios e pela ocupação do entorno, a área é um parque de proteção ambiental das margens do rio Parnaíba.
Resgatar a proposta original de proteção das margens e tornar o Centro Administrativo mais moderno e eficiente é o objetivo do Projeto, que foi aprovado pelo Conselho Gestor do Estado, e será executado através de Parceria Público-Privada, na modalidade Concessão Administrativa.
“Não se trata apenas de reduzir custos, mas de entregar aos piauienses um equipamento público que estará entre os mais modernos do país”, diz a superintendente de Parcerias de Concessões, Viviane Moura.
Ao invés de fazer reformas para ajustar as instalações às necessidades atuais, o governo optou por uma intervenção definitiva que possa trazer resultados, não apenas na parte física, mas de atualização às gestões mais modernas. O Centro Administrativo é um conjunto de 6 prédios, de arquitetura modernista, criado para concentrar toda a estrutura governamental. Atualmente, porém, apenas 12 dos 59 órgãos públicos, entre Secretarias, Fundações e Superintendências, estão instalados no local. Para abrigar o restante dos órgãos públicos em prédios alugados, o governo gasta aproximadamente R$ 7 milhões por ano.
“Num contexto geral, o projeto tem como propósito apresentar solução que maximize o uso do espaço existente para concentrar todos os órgãos da Administração Pública Estadual, integrando as ações e melhorando a capacidade de resposta do governo, com gestão e manutenção do equipamento mais eficientes e econômicas”, explica Viviane.
Dentre as inovações, o projeto apresentado prevê a adoção do modelo de coworking, espaço coletivo de trabalho, adotado nas empresas para reduzir custos.
Adaptações
No relatório apresentado pelo Instituto Gauss, especializado em estudo de viabilidade, a estrutura antiga recebeu, ao longo dos anos, adequações que não estavam previstas no projeto original - espaços físicos divididos por divisórias de chapa de aglomerado de polpa de madeira e estruturas metálicas para suporte e instalação de vidros. Acessórios metálicos sem qualquer padrão estético ou de materiais são usados em portas e sustentação de equipamentos de ar condicionado. Não há um estudo integrado de programa espacial que vise otimizar o uso dos espaços, e partindo desta situação, há a necessidade de correções de funcionalidades dos equipamentos de forma específica.
Em decorrência da falta destes projetos, informalmente foram sendo instalados equipamentos diversos, sem especificações padrão, cabeamento elétrico e de telecomunicações instalados sob demanda, além de instalações de equipamentos diversos, como geladeiras, frigobar, fogões, televisores e monitores que geram um consumo de energia desproporcional.
O resultado é “um impacto técnico, ambiental e econômico desfavorável ao governo do estado e uma estrutura que atende de forma precária e cara aos objetivos que se destina”, diz um trecho do documento.
Modernização deve levar, no máximo, três anos
Enquanto há uma média de 20 mil pessoas/dia circulando pelo Centro, o estacionamento oferece 860 vagas.
O estudo técnico propõe um cenário de centralização dos serviços administrativos de operação e manutenção da estrutura, com gestão das atividades pela Secretaria de Administração e através de um único contrato. “Os estudos apontam que a modernização do equipamento acontecerá em no máximo 3 anos”, esclarece a superintendente Os resultados dos estudos técnicos e econômicos demonstraram que é possível, através de PPP, requalificar e revitalizar a infraestrutura de todo Centro Administrativo, melhorando as condições de trabalho dos servidores públicos, promovendo a modernização da administração. (C.L.)
Piauí na vanguarda do serviço público
Devido à importância do Centro Administrativo, a Suparc optou por um projeto de retrofit, projeto de arquitetura que se ampara na conservação da história do prédio, preservando suas características, ao mesmo tempo em que insere outras para tornar a rotina dentro da construção mais fácil. O Projeto do Novo Centro Administrativo propõe, portanto, um novo conceito de instalações que visa o conforto e bem-estar dos servidores e busca dar mais eficiência aos diversos serviços oferecidos aos cidadãos. Esse modelo propõe a implantação de um sistema de automação, o uso de eficiência energética e ambiental e tecnologia da informação para gestão de serviços. As imagens do projeto em 3D também apresentam a transformação externa de todo o entorno, com a urbanização do entorno da lagoa, transformada numa área de convivência para servidores e prática de cooper. Uma área para bicicletário também faz parte do projeto de retrofit do Novo Centro Administrativo. A acessibilidade é outro aspecto incluído no projeto, que também prevê a reutilização de áreas comuns e organização das instalações internas, com espaços otimizados, que poderão ser utilizados de diversas maneiras. “O projeto foi pensado para melhorar as condições de trabalho do servidor e colocar o Piauí na vanguarda do serviço público”, finaliza a superintendente da SUPARC.
Segundo Viviane, com o projeto aprovado pelo Conselho gestor, as próximas etapas serão o diálogo público e a licitação. (C.L.)