Um dia após a explosão de milhares de pagers do Hezbollah, vários "walkie-talkies" do grupo extremista também detonaram nesta quarta-feira (18) em Beirute e no sul do Líbano. Conforme o Ministério da Saúde libanês, o incidente deixou nove mortos e 300 feridos. Os "walkie-talkies", criados na Segunda Guerra Mundial, são dispositivos que permitem troca de mensagens de voz por ondas de rádio.
EXPLOSÕES DURANTE FUNERAIS
Segundo a agência de notícias Associated Press, diversos sistemas de energia solar em residências de Beirute também explodiram, e alguns "walkie-talkies" foram detonados durante os funerais das vítimas do ataque aos pagers, ocorrido na terça-feira. Relatos indicam dezenas de pequenas explosões pela capital libanesa, com diversas imagens registradas nesta manhã mostrando focos de incêndio e "walkie-talkies" detonados.
SEGUNDO INCIDENTE EM MENOS DE 24 H
O segundo incidente em 24 horas aumentou as tensões na região e teve repercussão na ONU. O secretário-geral, Antonio Guterres, condenou o uso de "objetos civis" como armas de guerra, e o Líbano solicitou uma reunião do Conselho de Segurança. Líbano, Irã e Hezbollah acusaram Israel, que ainda não se manifestou oficialmente.
DISPOSITIVOS ADQUIRIDOS DA MESMA FORMA QUE OS PAGERS
Fontes do governo libanês disseram que os dispositivos atingidos nesta quarta-feira foram adquiridos junto com os pagers que explodiram na terça, matando 12 e ferindo quase 3.000. Usados pelo Hezbollah para evitar rastreamento, os pagers não têm GPS, ao contrário de celulares. O Hezbollah, financiado pelo Irã, tem intensificado ataques contra o norte de Israel desde o início da guerra em Gaza, em 2023.
EXPLOSÃO DE PAGERS
As explosões dos pagers na terça-feira ocorreram em diversos locais, matando 12 pessoas, incluindo uma menina de 4 anos, e ferindo cerca de 3.000. O governo libanês e o Hezbollah acusaram Israel de implantar explosivos nos dispositivos, enquanto Israel não se pronunciou.
A imprensa americana, citando fontes, apontou o Mossad como responsável pelo ataque, afirmando que explosivos indetectáveis foram inseridos nos pagers antes de sua compra pelo Hezbollah. Os pagers foram importados da Gold Apollo, em Taiwan, e fabricados pela BAC Consulting KFT, em Budapeste.