O ministro da Educação, Abraham Weintraub, explicou hoje em audiência na Comissão de Educação do Senado as diretrizes e prioridades da pasta, sobretudo em relação à proposta de descentralização dos recursos do MEC. Seugndo o site Uol, ele chamou de "desastre" e "tragédia" o Fies, programa de financiamento estudantil criado no governo Lula.
Weintraub também afirmou que a sugestão de reduzir investimentos na área de Humanas e direcioná-los a disciplinas de Exatas ou Biologia, como engenharia e medicina, é baseada em números e critérios técnicos. Segundo ele, apenas 13% da produção na área de Ciências Sociais Aplicadas, Humanas e Linguística têm impacto científico.
Apesar do que considera ser um baixo desempenho, argumentou o ministro, a maioria das bolsas da Capes seria destinada a estudantes da área de Humanas. "Gente que é paga para estudar", afirmou ele, e que, na maioria dos casos, não traria um retorno efetivo ao país. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) é uma fundação vinculada ao MEC responsável por conceder bolsas a estudantes de pós-graduação.
Weintraub ressaltou, no entanto, que pretende discutir o tema "de peito aberto" com o Congresso e que o MEC não "quer impor nada a ninguém". Para ele, o modelo educacional aplicado no país deu errado e é necessário debater alternativas.
"O diálogo tem que ser feito com base em números, dados e premissas racionais. Que a gente se livre um pouco dos preconceitos", comentou.
Durante a apresentação, o ministro ironizou as polêmicas recentes em torno de sua nomeação para o cargo. "Não estou chamando ninguém para briga, não tenho passagem pela polícia, estou zeradinho", declarou ele aos senadores, provocando risadas.
O chefe da pasta da Educação mencionava os boatos que surgiram na internet de que ele teria antecedentes e criminais. Também comentou que a imprensa "vasculhou" seu desempenho acadêmico, em referência ao vazamento das notas baixas registradas em boletins de seus primeiros semestres de graduação na USP.