O presidente-executivo da Nissan Motor, Carlos Ghosn, apresentou nesta segunda-feira (27) os planos da montadora para aumentar a participação no mercado global e a margem de lucro para 8%, em seis anos. O executivo prometeu um novo veículo a cada seis semanas, em média, para atrair os clientes de seus rivais A meta de participação de mercado representaria vendas de mais de 7 milhões de veículos.
Ghosn acredita que as vendas totais de veículos chegaria a mais de 90 milhões no mundo todo no ano comercial que termina em março de 2017. Assim, o novo plano de negócios para médio prazo, chamado de Nissan Power 88, tem como foco os principais mercados emergentes ? Brasil, Rússia, Índia e China ?, assim como os do Sudeste Asiático, que fazem parte da nova leva de países em desenvolvimento.
"Esta é a primeira vez que a Nissan começa um plano ofensivo em vez de reconstruir alguma coisa, ou defender alguma coisa", disse Ghosn em entrevista coletiva na sede da Nissan, em Yokohama. "É por isso que nos sentimos muito bem sobre isso."
Carlos Ghosn virou referência no mundo automobilístico ao levar a Nissan, por meio de quatro planos de crescimento desde 1999, ao lucro e a ser uma das montadoras mais rentáveis. A empresa japonesa quase faliu antes de firmar parceria com o grupo francês Renault.
Com a reestruturação e com o investimento em carros elétricos e compactos de baixo custo, baseados na plataforma V (como é o caso do March), Ghosn afirma que a próxima fase de crescimento da companhia deve apresentar um salto em vendas e rentabilidade.
No ano passado, a Nissan conseguiu um recorde ao atingir 5,8% de participação no mercado global. A margem operacional ficou em 6,1%.
Fábrica no Brasil
Ghosn disse que como parte do novo plano, será construída uma nova fábrica no Brasil, com capacidade para produzir 200 mil veículos por ano. A intenção já havia sido anunciada pelo presidente da Nissan do Brasil, Christian Meunier. A unidade será responsável pela produção dos modelos que recebem a plataforma compacta V. Assim o March, que por enquanto será importado do México, será produzido localmente. O modelo também é feito na Tailândia, Índia e China. O local da nova fábrica deverá ser anunciado até o final do ano.
"Se eles podem realmente produzir 200 mil carros por ano no Brasil, isso seria uma boa notícia", disse o estrategista sênior da SMBC Friend Securities, Toshihiko Matsuno. "Ao produzir no exterior, eles podem reduzir os custos de aquisição e transporte, e isso é uma maneira de conseguir uma margem de lucro maior."