Um navio de cruzeiro desgovernado atingiu o cais e um barco turístico neste domingo (02), na cidade italiana de Veneza, e deixou vários feridos.
O incidente aconteceu na movimenta doca de San Basilio, no canal de Giudecca, no centro de Veneza.
Imagens postadas nas redes sociais mostram o momento em que o enorme navio colide com o cais e com outro barco, enquanto turistas e funcionários fogem.
Pelo menos quatro pessoas no barco turístico atingido pelo cruzeiro ficaram levemente feridas.
Boom turístico
Veneza vem debatendo como lidar com o boom turístico na cidade, uma das mais visitadas do mundo.
O centro histórico de Veneza tem cerca de 50 mil habitantes e é visitado todos os anos por entre 20 e 30 milhões de turistas, e só cerca de 20% deles pernoitam na área.
Em 2018, para regular a entrada dos turistas, foram instalados portões nos únicos pontos de entrada terrestre da cidade. Eles são fechados quando se alcança certo número de pessoas. As autoridades também proibiram, por três anos, a abertura de restaurantes de comida rápida, exceto sorveterias.
Veneza deverá cobrar, além disso, ingresso de turistas que ficam apenas um dia na cidade. Quem se hospeda em Veneza já paga uma taxa de hospedagem, que gera cerca de 30 milhões de euros por ano para as autoridades municipais.
Reclamações
Moradores de Veneza há muito tempo se queixam da presença excessiva de turistas, que, segundo os locais, descaracterizam a cidade. Um dos principais alvos de reclamações são os turistas de navios de cruzeiro.
Centenas desses navios chegam todos os anos à famosa cidade italiana e despejam nela milhões de turistas, que descem para conhecer a cidade, passam poucas horas e gastam pouco, mas geram custos de limpeza, além de lotar as áreas públicas.
O turismo de massa é cada vez mais criticado pelos moradores de grandes cidades europeias, como Barcelona, Amsterdã e Veneza.
Entre as principais reclamações estão o encarecimento dos aluguéis devido a serviços como o Airbnb e a descaracterização das cidades por causa da grande circulação de pessoas e do desaparecimento do comércio tradicional em favor de lojas, bares e restaurantes para os turistas.