“Nasci de novo” diz jovem que sumiu durante excursão ao Hopi Hari

Adolescente passou por momentos difíceis antes de voltar para Guarujá

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O jovem de 15 anos que estava sumido desde a noite de sexta-feira (13), enquanto participava de uma excursão ao parque de diversões Hopi Hari, que fica no município de Vinhedo, na região de Campinas, no interior do Estado, ainda não esqueceu o que passou até voltar para casa, em Guarujá, no litoral de São Paulo, na noite de sábado (14). Carlos Eduardo dos Santos ficou no parque depois que o ônibus da escola foi embora. Ele só conseguiu chegar graças à carona de um caminhoneiro.

O adolescente se emociona e chora quando lembra de tudo por que passou. "Eu estava com uma menina e acabei me atrasando para ir embora. Quando cheguei no pátio, estava acontecendo uma briga. Os seguranças do parque me pegaram, achando que eu estava envolvido. Me levaram para uma sala na parte de trás, anotaram o meu nome e tentaram contato com a escola, mas não conseguiram. Depois me soltaram, mas quando voltei para o pátio já não havia mais nenhum ônibus", relata.

Carlos Eduardo, mais conhecido como "Dudu", conta que foi aí que começou o pesadelo. "Esperei um tempo, veio uma segurança e eu tentei explicar a situação, mas ela disse que se não chegasse um responsável, eu seria levado para o Conselho Tutelar. Me apavorei, ela mandou eu sair do parque porque já estava fechando. Saí pelo portão de trás, segui por uma avenida escura até que vi uma placa e cheguei em um posto de gasolina. Peguei um celular emprestado com um frentista e liguei para os meus amigos. Disse que estava em um posto, mas eles acharam que era dentro do parque. Depois não consegui falar com mais ninguém", lembra.

O adolescente ficou no local até amanhecer, quando recebeu auxílio de um caminhoneiro. "A dona do posto me ajudou, deu até café da manhã, mesmo eu não tendo dinheiro. Depois, às 9h, apareceu um motorista de caminhão que ia para Cubatão. Pedi carona e ele me deu, até se ofereceu para me levar até em casa, mas eu não queria atrapalhar e desci em um ponto de Guarujá. Eu iria a pé, mas uma mulher se ofereceu para pagar minha passagem de ônibus. Desci na casa de uma amiga e ela me trouxe até em casa, de bicicleta", conta.

Depois de tudo por que passou, Carlos Eduardo não esquece de todos que o ajudaram no caminho de volta. "Pensei que não ia ter ninguém para ajudar, mas me enganei. Os donos do posto foram um pai e uma mãe para mim, sem contar o caminhoneiro e a mulher do ônibus. Não sei nem o que falar, sem palavras, morri e nasci de novo", conclui.

Por meio de nota, o Hopi Hari informou que, seguindo sua política de transparência, procederá à averiguação das circunstâncias a que se refere o jovem, de que foi retido para averiguação em uma sala do parque e que por isso perdeu o ônibus, e em breve apresentará os resultados dessa investigação. A nota diz ainda que o Hopi Hari reforça seu compromisso em oferecer diversão e segurança a todos os seus visitantes.

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