\“Não posso pautar minha vida por fantasia de perseguição\” diz Moro

A defesa de Lula alegou parcialidade de Moro

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O juiz federal Sergio Moro, ex-responsável pelas decisões em primeira instância da Operação Lava Jato, negou neste terça feira (6) que seu sim ao convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para comandar o ministério da justiça no novo governo tenha relação com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

"Isso não tem nada a ver com o processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi condenado e preso porque ele cometeu um crime, e não por causa das eleições", disse em entrevista coletiva concedida a jornalistas nesta tarde em Curitiba. 

"Sei que alguns eventualmente interpretaram a minha ida como uma espécie de recompensa -- algo equivocado, porque a minha decisão [por condenar Lula] foi tomada em 2017, sem perspectiva de que o deputado federal fosse eleito presidente.”

Moro ainda classificou de "álibi falso de perseguição política" as reclamações que têm sido feitas pelo PT e seus aliados de que o juiz seria parcial e teria agido politicamente ao investigar e condenar Lula. Ele argumentou que a condenação do petista em segunda instância, pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4° Região), corroborou sua decisão. 

“Eu não posso pautar a minha vida com base em uma fantasia, em um álibi falso de perseguição política.” disse Sérgio Moro, futuro ministro da justiça. 

O juiz também mencionou ter condenado outros políticos além de petistas e citou nominalmente o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, a quem chamou de “adversário político” do PT. 

Ao longo da entrevista, Moro voltou a negar várias vezes qualquer parcialidade de sua parte nos processos contra Lula e, além de repetir a expressão “álibi falso”, chamou de “fantasia” as criticas de perseguição ao ex-presidente. 

A defesa de Lula alegou parcialidade de Moro e usou a concordância dele em aceitar um cargo no governo Bolsonaro para impetrar um novo pedido de liberdade ao ex-presidente no STF (Supremo Tribunal Federal). O relator da Lava Jato  na corte, ministro Edson Fachin, encaminhou o habeas corpus para ser decidido pela 2ª turma do Supremo.

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