A adolescente Natália dos Santos, que morreu depois de fazer um aborto em uma clínica clandestina de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, chegou a pedir socorro para a mãe antes de passar por uma cirurgia para retirada do útero. Segundo Vera Lúcia Santos, tia da jovem, depois de fazer o aborto, a sobrinha passou mal e foi levada para o hospital, onde foi internada.
? Ela já estava muito mal e, antes de passar pela cirurgia pra retirar o útero, começou a falar para minha irmã: "Mãe, não me deixa morrer, eu não quero morrer. Eu sei que eu errei, mas não vou fazer mais isso, vou me consertar".
Grávida de cinco meses, Natália procurou a clínica para retirar o bebê. A família diz que não sabia que a jovem, que deixou um filho, estava grávida. Após passar pelo procedimento, Natália começou a passar mal e foi levada para o hospital.
A adolescente passou por uma cirurgia para retirada do feto, que já estava morto e, devido à gravidade do caso, precisou também retirar o útero. Natália, no entanto, não resistiu. O atestado de óbito aponta como a causa de morte falência múltipla de órgãos provocada por infecção generalizada.
Na noite de quinta-feira (8) o delegado Marcos Henrique de Oliveira Alves, titular de Delegacia da Posse (58ª DP), informou que a polícia chegou a uma suspeita, mas que ela negou as acusações.
? A família da vítima apontou essa mulher, mas ela negou tudo. Na casa dela, não havia nada que demonstrasse que lá funcionava uma clínica clandestina. Mas ela pode ter feito a operação em outro local.
Alves informou ainda que pretende ouvir o companheiro da jovem. Segundo ele, foi o rapaz quem levou a adolescente para fazer o procedimento.
? Queremos identificar o namorado dela porque, segundo informações, foi ele quem a levou para fazer o aborto.