''Não havia placa de perigo'', contam pais de meninas mortas no Chile

Na primeira entrevista após o acidente, as famílias de Isadora Bringel e Khálida Trabulsi disseram que tentaram salvar as meninas ainda nas imediações da represa El Yeso.

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Nessa quinta (06), os pais das duas meninas brasileiras mortas no reservatório de El Yeso, no Chile, disseram que não havia sinalização no local sobre risco de queda de rochas nem uma barreira física para impedir a entrada de pedestres. Marcelo Martins Bringel Carvalho, pai de Isadora, relatou que eles e os demais turistas desceram das vans em que viajavam e caminharam por cerca de 20 minutos. As informações são do G1.

"Em nenhum momento havia placas de sinalização de perigo, de desastre ou qualquer aviso", afirmou Marcelo. Foi a primeira vez que os pais de Khálida Trabulsi Lisboa, de 3 anos, e Isadora Bringel, de 7 anos, contaram à imprensa os detalhes da tragédia. Na segunda-feira (3), as duas crianças morreram atingidas por pedaços de uma rocha que se desprendeu de uma montanha nos Andes, em um local que costuma atrair turistas.

Jorge Alberto Trabulsi Lisboa, pai de Khálida, afirmou que as crianças estavam acompanhadas de adultos em todo o momento.

Arquivo pessoal

Após cerca de uma hora de passeio, uma pessoa gritou ao avistar a pedra caindo, mas não deu tempo de salvar as meninas. "Foi realmente muito rápido", disse Jorge. "Quando pude perceber tudo, eu vi duas meninas no chão. Uma era a minha filha, e a outra era a do meio do Marcelo. Fizemos o que pudemos para salvá-las", disse Jorge.

Os corpos de Isadora e Khálida saíram nesta noite do Chile, e seguem ao Brasil durante a madrugada. Os velórios estão previstos para ocorrerem em São Luiz (MA).

Arquivo pessoal

Marcelo Bringel, que é médico, narra que tentou salvar a filha com ela ainda no colo na volta à base onde desceram dos veículos. Isadora, porém, não resistiu. "Quando cheguei lá não tinha uma ambulância que poderia ter tido um suporte mais avançado para ajudar no caso", relatou Marcelo.

Lenne Carvalho Lisboa, mãe de Khálida, contou ter visto a filha ainda com vida, mas ela morreu no caminho. "Tinha outras pessoas, outros médicos que tentaram fazer de tudo", disse Lenne. Os familiares agradeceram os chilenos pela ajuda após a tragédia.

"Eu gostaria de agradecer ao povo chileno, às autoridades que nos ajudaram, à polícia, ao Consulado, às pessoas do IML, todas as pessoas envolvidas em nosso caso que, de alguma forma, conseguiram amenizar a nossa dor", agradeceu Marcelo.

Emmily Virgílio/G1

 

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