O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgaram, nesta quarta-feira (12), que 57,12% dos candidatos classificados para a segunda fase do Concurso Público Nacional Unificado (CNU 2) são mulheres. Do total de 42.499 pessoas aptas para a prova discursiva, marcada para 7 de dezembro, 24.275 são mulheres e 18.217 são homens.
O resultado reflete a adoção de uma política afirmativa voltada à equidade de gênero, implementada nesta segunda edição do certame. O mecanismo garante a equiparação entre o número de mulheres e homens classificados para a segunda fase em cada cargo e modalidade da seleção, desde que as candidatas tenham alcançado o número mínimo de acertos exigido no edital.
Segundo o MGI, sem a medida afirmativa, o percentual de classificadas seria de 49,4% de mulheres e 50,6% de homens. Com a nova regra, foram convocadas candidatas adicionais nos casos em que o número de mulheres aprovadas na prova objetiva foi inferior a 50%.
Confira no gráfico a distribuição por blocos temáticos e o comparativo entre homens e mulheres:
A ministra da Gestão, Esther Dweck, explicou que a iniciativa busca corrigir desigualdades observadas na primeira edição do concurso, em 2024.
“É uma forma de mitigar desigualdades estruturais que dificultam o acesso das mulheres, especialmente aquelas com dupla ou tripla jornada”, afirmou.
A equiparação foi aplicada apenas nos cargos em que a proporção de mulheres era menor que 50%. Em alguns blocos temáticos, como os de número 1, 2 e 5, as mulheres já eram maioria entre os classificados. Em outros, como os blocos 3 e 4, mesmo com a medida, não foi possível alcançar a paridade por falta de candidatas com pontuação mínima suficiente.
No cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa, do bloco 7, por exemplo, antes da equiparação havia 888 mulheres e 1.490 homens classificados. Com a aplicação da medida, as 1.490 vagas masculinas foram mantidas, e 731 mulheres adicionais foram convocadas para garantir a equiparação.
O MGI informou que todos os homens que atingiram a nota mínima também foram mantidos na disputa. A medida apenas ampliou o número de mulheres classificadas, sem exclusão de candidatos.
A convocação para a segunda fase será publicada ainda nesta semana no Diário Oficial da União, junto com editais referentes à avaliação de títulos, à verificação de autodeclarações de candidatos negros, indígenas e quilombolas e ao procedimento de caracterização de deficiência.