Mulher coloca fogo em sua própria residência e filho morre carbonizado

Outras três pessoas que também estavam na residência foram socorridas com vida

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Um rapaz de 22 anos morreu na madrugada desta quinta-feira, em Manaus, após a própria mãe atear fogo na casa onde a família morava, no bairro Armando Mendes, zona leste de Manaus. Outras três pessoas que também estavam na residência foram socorridas com vida, entre elas a mulher suspeita de causar o incêndio.

Segundo o autônomo Edneudo dos Santos, 45 anos, por volta de 1h40, a mulher, a dona de casa Ana Regina Oliveira dos Santos, 43 anos, teve um surto e ateou fogo no colchão onde dormiam os dois filhos do casal. "Ela trancou a casa e ficou com a chave e o fogo queimando. Meus filhos gritando e gemendo. Os vizinhos que nos ajudaram", relatou Santos. A casa da família fica na rua E, no bairro Armando Mendes.

Os vizinhos ligaram para o Corpo de Bombeiros e, enquanto aguardavam a chegada dos militares, arrombaram a porta da casa e iniciaram o resgate das vítimas. "Eu ainda ouvi meu filho mais velho gemendo, mas só deu para socorrer meu menino de 11 anos", contou o autônomo. Segundo ele, a mulher já havia apresentado outras crises mentais.

Com a chegada dos bombeiros, o incêndio foi controlado. Em um dos quartos da casa, eles encontraram o corpo do jovem Bismark Oliveira dos Santos, 22 anos. As outras vítimas foram levadas por ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o hospital e pronto socorro 28 de Agosto, localizado na zona sul da capital amazonense. A unidade hospitalar possuiu uma ala para tratamento de queimados.

Até o final da manhã, apenas o autônomo Edneudo dos Santos havia recebido alta. Ele teve queimaduras de segundo grau por várias partes do corpo. A mulher e o filho mais novo ainda permaneciam internados. O estado de saúde deles não foi divulgado pelo hospital.

Parentes e vizinhos com medo

Casado há 23 anos, Edneudo relatou que a mulher apresentava problemas mentais há alguns anos. Contudo, apesar de diversos pedidos de internação, isso nunca ocorreu. "Já fiz boletim de ocorrência nas outras vezes em que ela me agrediu. Uma vez falei com a médica que atendia ela, mas me disseram que não podiam interná-la. Não entendo isso. Agora deu no que deu. Lamento pelo meu filho que se foi", disse, em lágrimas, o autônomo.

O vizinho da família, o soldador Antônio Silva, 30 anos, contou que Ana Regina vivia ameaçando os vizinhos e que sempre teve medo dela. Agora, segundo Silva, o medo é da mulher voltar a morar no local. "Eu já fui ameaçado por ela e meu medo é porque sei que ela vai voltar aqui para o bairro. Isso vai deixar todos da rua E em risco", disse Silva.

O crime será investigado pelo 25º Distrito Integrado de Polícia (DIP), que fica no mesmo bairro do incidente. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, assim que receber alta, a mulher será avaliada por uma equipe médica para o delegado ter subsídio para decretar a prisão da suspeita. Inicialmente, Ana Regina será indiciada por incêndio criminoso e homicídio.

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