Mulher não consegue andar após operar joelho “errado” em SP

A faxineira Maria Aparecida da Silva Corrêa, de 29 anos, acusa o cirurgião e ortopedista Paulo Kuroda de erro médico

Faxineira teve os dois joelhos operados | Foto: Arquivo pessoal / Maria da Silva Corrêa
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Uma paciente do Hospital Beneficente Santa Gertrudes, em Cosmópolis (SP), não consegue andar depois de ter sido internada para operar o joelho esquerdo e ser liberada com os dois operados. A faxineira Maria Aparecida da Silva Corrêa, de 29 anos, acusa o cirurgião e ortopedista Paulo Kuroda de erro médico, já que a cirurgia de artroscopia estava prevista para o lado esquerdo. A vítima relatou, nesta segunda-feira (16), que a articulação correta só foi operada quando ela comunicou o equívoco ao médico.

"Só então fui sedada novamente e daí fizeram o procedimento no joelho correto. Agora estou com dor e não consigo andar sozinha", explicou a faxineira ao mostrar que o exame feito no Hospital Evangélico Samaritano, em Campinas (SP), aponta o problema do lado esquerdo. A Polícia Civil informou que ela registrou boletim de ocorrência no sábado (14), mas a cirurgia foi realizada na quinta (12). O médico, segundo a polícia, deve ser intimado a prestar esclarecimentos, mas sem data definida.

Maria diz que possui atestado médico válido para 15 dias, mas teme pela recuperação e danos provocados. Além disso, ressalta que procurou Kuroda e teve como justificativa um possível erro da equipe que o acompanhou no procedimento. "Ele disse que chegou na sala e se deparou com o joelho direito preparado para a cirurgia. Só percebeu o erro depois. Estou indignada", criticou. Ela adiantou que pretende processar o hospital e o ortopedista.

Afastada do trabalho, a faxineira começa avaliar os prejuízos e dificuldades para cuidar do filho de 6 anos. "Longe da refinaria, vou ficar sem receber pelo menos R$ 350, do vale-alimentação e 30% de peliculosidade. Como faço agora?", reclamou.

Outro lado

O cirurgião e ortopedista Paulo Kuroda informou que, embora a cirurgia estivesse prevista para o joelho esquerdo, um exame clínico também apontou problemas no joelho direito. "Havia tempo cirúrgico, anestesia e material, então foi possível realizar o procedimento, que não apresentou nenhuma intercorrência", defendeu o médico.

Kuroda afirma que pediu permissão à Maria para realização da outra cirurgia e diz que está surpreso com a ocorrência registrada pela paciente. "Não houve erro. No sábado, durante a consulta de retorno, ela não comentou a respeito e disse que sequer lembrava da anestesia", rebateu o cirurgião. Sobre o tempo de recuperação, o ortopedista afirma que a paciente deve voltar a caminhar normalmente nos próximos dias e informou que fará contato com a administração do hospital.

Nenhum representante legal do hospital foi encontrado pelo G1 para comentar o assunto até a publicação desta matéria.

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