Mulher é drogada, estuprada e obrigada a fazer sexo com cachorro

No Brasil, o número 180 atende casos de violência doméstica

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Aos 28 anos, Gabbe Rowland é uma sobrevivente de uma série de torturas promovidas por um namorado possessivo: ela foi estuprada por ele, drogada e forçada a fazer sexo oral no cachorro dele. Em entrevista ao "The Sun", a norte-americana, moradora de Massachusetts (EUA), conta que começou a namorar Justin Mustafa em 2011, e que tudo parecia estar indo bem até dia em que ela descobriu que ele seria condenado a um ano de prisão por filmar uma ex-namorada sem o consentimento dela. "Ele negou, explicando que fizeram o vídeo juntos, e que, quando eles terminaram, ela ficou tão brava que inventou a história para a polícia", relembra Gabbe. "Não sei se eu estava cega pelos meus sentimentos, mas decidi apoiá-lo porque acreditava nele", acrescenta.

Durante o ano que o então namorado passou na prisão, Gabbe o visitava duas vezes por semana. Ele foi solto em janeiro de 2013, e pouco depois, ela revelou: estava grávida dele.

Convencido de que Gabbe havia sido infiel enquanto ele estava atrás das grades, Mustafa começou a acusá-la e sugeriu que ela fizesse um aborto - o que ela não aceitou. Na noite seguinte, os dois tiveram outra briga, e ela decidiu pegar seus pertences e dormir na casa de uma amiga. Foi a primeira vez que tentou terminar o namoro.

Com o estresse, a moça acabou sofrendo um aborto espontâneo que a deixou desolada, mas acabou reatando o relacionamento. "Fiquei devastada - porque, apesar de tudo, eu queria esse bebê. De alguma forma, nós acabamos voltando, mas as coisas nunca mais foram iguais - havia brigas e ciúmes constantes", relembra.

Em maio, a mulher decidiu encerrar de vez o relacionamento, mas passou a ser perseguida por ele e a receber ameaças. No entanto, suspeitando de uma nova gravidez, ela decidiu, mais uma vez, voltar com Mustafa. 

Quando a suspeita mostrou-se um alarme falso, ele mudou de comportamento e passou a tratá-la mal novamente. Agora com drogas e agressões.

Injetada com a heroína, da qual ele fazia uso, Gabbe perdeu as forças durante os seis dias em que ele a manteve sob o efeito das drogas - aplicando a substância até duas vezes no dia - e a torturou. 

Durante esse período, ele bateu nela com um cinto, a estuprou e forçou a fazer sexo oral no cachorro de estimação dele - o que ele chegou a filmar. "Foi uma das coisas mais degradantes que ele me forçou a fazer. Eu me senti fisicalmente mal e horrorizada comigo mesma", analisa. "Depois disso, ele me disse para ir ao banheiro, limpar meus dentes e fazer sexo oral nele".

Não muito tempo depois, ela acabou denunciando Mustafa à polícia. "Eu sabia que eu tinha que fazer isso, caso contrário eu viveria com medo de Justin para o resto da minha vida", ela explicou.

Preso e julgado, Mustafa foi condenado a seis anos de prisão em março de 2014, uma sentença que ela não considera justa. "Foi um alívio, mas eu acho que ele teria que devia ser mais tempo", ela defende. "Ele me torturou por uma semana. Poderia ter facilmente me matado com a heroína ou me agredido até a morte, como ele prometeu que faria".

Anos depois de sobreviver à violência, ela decidiu contar sua história para ajudar mulheres a saírem de relacionamentos abusivos. "Agora eu estou em uma posição muito melhor. Tenho um ótimo emprego em um consultório médico e falo sobre minhas experiências para ajudar outras mulheres em situações de violência doméstica".

Como denunciar

No Brasil, o número 180 atende casos de violência doméstica. Segundo os dados mais recentes divulgados pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Cidadania, o serviço registrou aumento de 133% nos relatos envolvendo esse tipo de crime somente segundo semestre do ano passado.

Ao todo foram 555.634 ligações. Dos casos de violência sexual, os principais tipos de violência registrados foram estupro, exploração sexual e assédio sexual. Na maioria deles, a denunciante foi a própria vítima.

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