MP3 inicia aulas de português e dialeto Warao para venezuelanos

Desde que saíram do país de origem, elas não haviam frequentado a escola. Até agora, são três professores responsáveis no planejamento das aulas

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O Movimento Pela Paz na Periferia (MP3) iniciou na manhã da terça-feira (19) aulas de português, espanhol e também do dialeto  Warao às 16 crianças venezuelanas de 5 a 11 anos de idade que chegaram em Teresina no mês de maio de 2019. 

Desde que saíram do país de origem, elas não haviam frequentado a escola. Até agora, são três professores responsáveis no planejamento das aulas, que têm como objetivo fazer com que elas se comuniquem melhor, mas que não percam a identidade cultural. 

As crianças, que falam somente o dialeto da tribo Warao,  agora, terão aulas com Jouin Torres, professor nativo da tribo venezuelana, que também vai ensinar o dialeto da tribo para os funcionários do MP3. “Nós vamos fazer uma troca de línguas, muito importante para que eles convivam aqui. É uma ótima iniciativa”, contou. 

Crédito: José Alves Filho

Junior MP3, coordenador do projeto, relata que não vem recebendo ajuda dos principais governos para inserir as crianças no ambiente escolar. Diante dessa situação, juntamente com a Pastoral de Rua e Cáritas, resolveu alfabetizar as crianças “Como a prefeitura de Teresina nem o governo do Estado colocaram na escola, estamos tentando fazer nossa parte, pois elas não podem ficar na cidade sem saber falar ou escrever”, informou.

É a primeira vez que o MP3, projeto que atuou de forma árdua na retirada de venezuelanos das calçadas, trabalha com crianças indígenas de outro país. Júnior observa a situação “como uma troca interessante de culturas” que permite ampliar o respeito na comunidade. 

“Os pais criaram todas elas na beira do rio, não acumulavam bens, não se vestiam como aqui e tudo o que eles sabem fazer é o que a mata fornece para eles”, relatou o coordenador.

De acordo com ele, não serão passadas orientações religiosas aos alunos, para que eles tenham a liberdade de continuar preservando a própria religião.

O MP3, para completar suas atividades, está precisando de material escolar e de higiene para as crianças, além de pedagogos para ministrar aulas e brinquedos pedagógicos para contribuir no ensinamento. “Estamos aceitando qualquer ajuda, pois não podemos deixar as crianças em qualquer situação. Para alimentação, estamos precisando de peixe, frango, macaxeira, batata e frutas”, solicitou Júnior MP3. 

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