O Ministério Público de São Paulo abriu, no início da tarde desta sexta-feira (20), um inquérito civil para investigar o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Tal procedimento vai apurar atos de improbidade administrativa, com recebimento de caixa dois, supostamente praticados pelo ex-governador paulista.
Este inquérito foi criado com base na delação da empreiteira Odebrecht, que citou o pagamento a Geraldo Alckmin de doações eleitorais ilegais, o chamado caixa dois, durante as eleições para governador de 2010 e 2014.
Alckmin, que foi citado por três delações da Lava Jato , supostamente teria recebido R$ 10 milhões, sem regular declaração a Justiça Eleitoral. Os valores teriam sido distruídos em R$ 2 milhões para a campanha de 2010 e R$ 8,3 milhões para a campanha de 2014.
A portaria desse inquérito aberto pelo MP-SP foi assinada pelos promotores Otávio Ferreira Garcia, Nelson Luis Sampaio de Andrade e por Marcelo Milani.
Tranquilidade
Por meio de uma nota enviada à imprensa, a assessoria do ex-governador informou que o tucano "vê a investigação de natureza civil com tranquilidade e está à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos".
Além disso, avisa que Alckmin não apenas tem "total consciência da correção de seus atos", como também tem se "posicionado publicamente contra o foro privilegiado". "Registre-se que os fatos relatados já estão sendo tratados pela Justiça Eleitoral, conforme determinou o Superior Tribunal de Justiça", diz a nota.
O tucano perdeu o foro privilegiado após renunciar ao governo do estado. Alckmin deixou o palácio dos Bandeirantes para disputar a presidência da República.
O caso de Alckmin é tratado pela Justiça Eleitoral por decisão, tomada na semana passada, pela ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça.
Em seu entendimento, a ministra Andrighi afirmou que a denúncia contra o ex-governador Geraldo Alckmin , se provada, configura crime eleitoral, não cabendo, portanto, à Lava Jato investigá-la.