A promotora Amparo Paz, coordenadora do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID), representou o Ministério Público e o Núcleo de Promotorias do Júri na audiência pública que discutiu as ações de enfrentamento ao feminicídio em Teresina. A solenidade aconteceu na Câmara Municipal de Teresina nesta segunda-feira (7).
Na oportunidade, a promotora fez o alerta sobre as condições precárias na estrutura e no sistema de segurança da Casa Abrigo de Teresina. “O Ministério Público realizou uma vistoria na Casa Abrigo. É flagrante a falta de estrutura e de segurança. As mulheres que estão abrigadas naquele espaço correm risco de vida. O Governo do Estado está omisso e será notificado pelos promotores da Fazenda Pública”, enfatiza a promotora.
Ainda durante a audiência, a coordenadora do NUPEVID pontuou as ações educativas e de prevenção à violência contra a mulher já executadas na capital. “Temos projetos que debatem a desconstrução de comportamentos violentos nas escolas, nas universidades e nos ambientes de trabalho. Há dois anos, percorremos os canteiros de obras falando aos trabalhadores sobre a cultura de paz e a igualdade de gênero”, frisa Amparo Paz.
Para a promotora, os inúmeros casos de violência contra a mulheres são reflexos de uma sociedade machista. “Precisamos desconstruir essa cultura de violência contra a mulher. A lenda do Cabeça de Cuia, por exemplo, que é cultuada por muitos piauienses, fala de violência contra a mulher. Um filho que matou a mãe e precisa matar mais sete mulheres. Precisamos modificar essa cultura”, reforça Amparo Paz.
Dentro das ações de enfretamento ao feminicídio executadas pelo NUPEVID, a promotora Amparo Paz, destaca o Projeto Reeducar Homem, que será lançado oficialmente neste mês de março. “Sensibilizar os homens é fundamental para alcançarmos a igualdade de gênero e com isso barrar o avanço da violência contra a mulher em Teresina. O Projeto Reeducar irá trabalhar com grupos de homens envolvidos em situação de violência e que já estão com os processos judicializados. No Rio Grande do Norte, onde também existe o projeto similar, nos últimos quatro anos o número de casos de reincidência é zero. Acredito que o Piauí também poderá alcançar esse índice”, encerra a promotora Amparo Paz.