Motoristas e cobradores do Transporte Eficiente de Teresina, que possibilita a locomoção de cadeirantes, paralisaram as atividades na manhã desta sexta-feira (18) por falta de pagamentos. Mais de 30 trabalhadores alegam que estão com os salários atrasados desde outubro deste ano e que há risco de greve. A interrupção do serviços começou às 6h e terminou às 8h.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informou que o atraso dos pagamentos se dá em razão da falta do repasse financeiro feito pela Prefeitura de Teresina.
A empresa responsável pela concessão de serviços para o Transporte Eficiente, Expresso Santa Cruz, ainda não se manifestou sobre a paralisação e indicativo de greve dos trabalhadores.
Crise no Transporte Eficiente
No início deste ano, usuários do Transporte Eficiente denunciaram as dificuldades para conseguir ter acesso ao serviço. A Associação dos Cadeirantes de Teresina (ASCAMTE) apontou frota de veículos, que não ultrapassa 30, não era suficiente para atender os mais de 3 mil usuários cadastrados no serviço.
No dia 5 deste mês, foi feita uma audiência de conciliação na 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Teresina, sobre o serviço de transporte para pessoas com deficiência na capital, que atualmente é feito pela empresa Santa Cruz. Ao final da reunião, foi acordado entre as partes que o superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito de Teresina (Strans) assumiria o compromisso de repassar os veículos do Transporte Eficiente ao Consórcio SITT, no prazo de 20 dias.
O Setut e o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) planejam uma reunião para discutir as questões sobre a Convenção Coletiva de Trabalho 2023 e crise do transporte na capital.
Confira a nota do Setut na íntegra:
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) esclarece que ainda não realizou o pagamento dos trabalhadores devido ao atraso no pagamento desse repasse financeiro por parte da Prefeitura, que já chega ao seu 18° dia. Infelizmente, o impasse com a Prefeitura segue por conta da falta de compromisso em honrar com suas obrigações contratuais, notadamente na questão de subsídios mensais no valor de R$ 5 milhões/mês.
O SETUT reforça que entende as reivindicações dos trabalhadores e que assim que possível realizará o pagamento. A entidade confirma que em dezembro e janeiro/2023, as duas entidades de classe se reunirão para alinhar questões sobre a Convenção Coletiva de Trabalho 2023, como já faz anualmente, adiantando que as condições de negociação dependerão do cumprimento das obrigações por parte do município e do equilíbrio financeiro do sistema.