O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) rejeitou, nesta segunda-feira (11), a proposta de reajuste salarial e benefícios enviada pelo pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). Assim, a categoria segue com a greve que já dura mais de 20 dias.
Conforme Antônio Cardoso, presidente do Sintetro, os empresários apresentaram uma proposta que aumentaria o salário do motorista de R$ 1.941 para R$ 2 mil. Dos 203 trabalhadores que participaram da votação, 97 votaram a favor e 106 votaram contra a proposta dos empresários.
Motoristas e cobradores estão nesta tarde em uma segunda reunião na sede da Procuradoria Geral do Município, na zona Leste de Teresina, com representantes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) para definir quais serão os próximos passos para a resolução do impasse.
A proposta negada pela categoria apresentava também o vencimento dos cobradores no valor de R$ 1.231 e dos fiscais em R$ 1.325, além de um ticket alimentação de R$ 150 e auxílio saúde de R$ 50. Segundo Cláudio Gomes, secretário de Comunicação do Sintetro, as mudanças incluiriam o corte de 30% dos cobradores no sistema de transporte público da capital.
"Nós não aceitamos porque além dos valores serem baixos, principalmente para os cobradores, nossos amigos seriam demitidos. Eles querem que o motorista assuma a função do cobrador. Se a proposta fosse um pouco melhor para nós, se não se utilizasse do corte, nós aceitaríamos tranquilamente", falou Claudio Gomes.
Na última semana, a 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública determinou que as empresas de ônibus do transporte público de Teresina (PI) coloquem 80% dos ônibus em circulação no horário de pico e 60% da frota nas demais horas do dia.
A medida atende a um pedido da Strans (Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito) em meio a greve do setor. Uma multa diária de R$ 50 mil até R$ 1 milhão foi definida caso o Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros) descumpra a decisão. Segundo Antônio Cardoso, a categoria não tem condições de seguir o trabalho sem o salário apropriado.