O motorista que atropelou e feriu pelo menos sete foliões de um bloco de rua na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo, na noite deste domingo (23), foi preso e indiciado pela Polícia Civil por suspeita de embriaguez ao volante e lesão corporal, como informou o Bom Dia São Paulo.
Como a pena dos crimes atribuídos ao motorista Sulivan de Oliveira, de 26 anos, é superior a 5 anos de prisão, a delegada do 14º Distrito Policial, em Pinheiros, que indiciou o suspeito, não pode arbitrar uma fiança para que ele responda em liberdade. Nesse caso, somente um juiz poderá fazer isso. Sendo assim, o motorista continuará preso e deve ser levado para uma delegacia de trânsito até ser transferido para uma unidade prisional.
Até as 7h20 desta segunda-feira (24), Sulivan continuava detido na delegacia que investiga o caso. Antes, ao ser levado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames, o comerciante não quis falar com os jornalistas. Ele estava com a cabeça enfaixada. Além do depoimento de testemunhas, que presenciaram o atropelamento, exame clínico comprovou que o condutor do carro estava embriago no momento em que conduzia o veículo.
Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, a mulher do comerciante Sulivan admitiu que ela e o marido haviam bebido cerveja. ?Eu bebi, ele bebeu. Ele bebeu duas latinhas de cerveja?, disse ela, que não quis divulgar o nome ou mostrar o rosto.
Segundo a mulher, o casal chegou a ser agredido pela multidão após o atropelamento. ?Muita gente tentou linchá-lo?, confirmou o publicitário Renato de Carvalho, que viu o acidente.
Um funcionário de um bar da região, que não quis ter o nome divulgado, disse que ao menos 20 pessoas foram atingidas. ?O cara passou por cima do pessoal. O povo ficou revoltado e quebrou o carro dele.?
Segundo a Polícia Militar, o incidente aconteceu na Rua Aspicuelta, esquina com a Rua Fidalga, por volta das 19h40, quando condutor do carro tentava atravessar a área destinada para a festa. Ele chegou a ser agredido pelas pessoas que estavam no local.
O vendedor ambulante Ricardo Leite estava no bloco no momento do atropelamento. Ele vendia balas quando viu o motorista tentar passar pelos foliões. ?A rua não estava fechada. Ele tentou sair dando ré, mas esbarrou em algumas pessoas. Reclamaram e ele acelerou e bateu em mais gente.?
Segundo Leite, o motorista, que estava com uma mulher no banco ao lado, arrancou com seu veículo e atingiu outros foliões, derrubando parte deles. Revoltados, os participantes tentaram agredir o homem, que escapou com a mulher pela porta do carona. ?Alguns foliões ajudaram o casal. Os dois correram para um posto e tentaram se proteger de garrafas e latas.? Enquanto isso, o carro era depredado.
No momento do acidente, o trânsito não estava bloqueado. ?Ele atropelou as pessoas, depois deu ré?, disse o autônomo Ricardo de Oliveira.
A confusão só terminou com a chegada da PM. O motorista machucou a perna.
Com o impacto, as pessoas atropeladas foram jogadas contra outro veículo, que teve a porta amassada. Investigadores vão tentar localizar câmeras de segurança que possam ter registrado o atropelamento.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, cinco pessoas tiveram ferimentos leves, foram atendidas no Pronto-Socorro da Lapa, e liberadas ainda na noite deste domingo. Uma pessoa precisou ser transferida para o Hospital das Clínicas, mas até a 0h30, não havia informações sobre o estado de saúde dela.