Ao menos 42 jornalistas ao redor do planeta foram mortos este ano até agora e os governos devem agir para proteger os repórteres e punir os assassinos, disse um organismo global de proteção à mídia. O Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (Insi) informou que abril foi o mês mais violento para a mídia em cinco anos, com 17 jornalistas mortos, num índice de dois a cada três dias.
Além disso, em oito de cada dez casos nos últimos anos ninguém foi punido pela morte dos jornalistas, disse o grupo sediado em Londres no seu relatório. "Esse é um duro lembrete do preço que pagamos por nossas notícias ao redor do mundo", disse Rodney Pinder, diretor do Insi, que promove cursos sobre segurança em todo o planeta e é apoiado por grandes organizações noticiosas, incluindo a Reuters.
"O número chocante de mortes em abril coloca esse assunto em maior evidência...Todos os casos demonstram uma necessidade premente de ação, tanto nos países em questão como no cenário mundial." Os piores anos para a imprensa na história recente foram 2007, quando 172 jornalistas foram assassinados, e 2006, quando 168 morreram - muitos deles no Iraque, numa época de intensa violência sectária.
Mas, embora muitos correspondentes estrangeiros tenham sido mortos durante e depois da invasão liderada pelos EUA em 2003, a maior parte das mortes atualmente é de jornalistas locais cobrindo histórias delicadas, como criminalidade e corrupção, para a imprensa nacional. Sete jornalistas foram assassinados em Honduras este ano até agora, seis no México e quatro no Paquistão, indicou o relatório.
Três morreram na Colômbia e três na Nigéria; além disso, foram registradas mortes nos seguintes países: Nepal, Venezuela, Chipre, Rússia, Equador, Turquia, entre outros. Em ao menos 27 casos deste ano provou-se que a morte do jornalista esteve associada ao seu trabalho. O Insi divulgou os números às vésperas do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado em 3 de maio.
A agência cultural da Organização das Nações Unidas (ONU), a Unesco, com sede em Paris, pediu por um minuto de silêncio nas redações ao redor do mundo no dia 3 de maio em homenagem aos mais de 1.500 trabalhadores da imprensa assassinados ao longo dos últimos 14 anos.
Pinder fez um apelo aos países onde os jornalistas foram mortos este ano, em especial Honduras, México, Paquistão, Colômbia e Nigéria, para conduzirem inquéritos completos e punirem os responsáveis. "Nós também exortamos todos os Estados membros da ONU a unirem-se em um esforço global para conter o derramamento de sangue e por fim à impunidade aos assassinos de jornalistas", disse ele.