A morte da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada na noite desta quarta-feira (14), no centro do Rio de Janeiro, não deve afetar a intervenção federal que está em curso no estado fluminense. Isso é o que garantiram alguns dos ministros do governo Michel Temer, nesta quinta-feira (15).
Além de representar o movimento negro, as mulheres e os moradores das favelas fluminenses na Câmara dos Vereadores, Marielle Franco foi escolhida, em fevereiro uma das relatoras da comissão criada para monitorar os trabalhos da intervenção federal . Isso porque a parlamentar sempre teve um posicionamento crítico à violência policial.
A tragédia desta quarta-feira tem força para abalar a intervenção, dado que a principal hipótese sustentada pelos policiais para justificar a morte da vereadora é de que ela tenha sido executada, poucos dias depois de entrar na comissão.
Indagados por jornalistas, os ministros de Temer, no entanto, descartaram qualquer abalo na segurança do Rio.
"É um assassinato. Só faltava alguém pensar que, com a intervenção, cessariam os assassinatos no Rio de Janeiro. Obviamente que nós não temos essa pretensão", disse o ministro Carlos Marun, da articulação política do governo.
"O que nós temos é a pretensão do restabelecimento do exercício da autoridade e o fato de que, em breve descobriremos quem, os autores desse absurdo assassinato, é prova de que a autoridade está em restabelecimento no Rio de Janeiro", afirmou Marun.
"Mais uma tragédia diária do Rio"
Um tom semelhante ao de Marun foi adotado por Torquato Jardim, do Ministério da Justiça, que falou a respeito do crime durante a sua participação em um painel sobre corrupção no Fórum Econômico Mundial na América Latina, em São Paulo.
"Foi uma tragédia, mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro. Lamentável. É preciso conhecer bem as razões e encontrar os responsáveis. Isso não põe em xeque a eficácia da intervenção", disse.