Mortalidade infantil no Piauí cai e expectativa de vida aumenta

O Espírito Santo é o estado que apresenta a menor mortalidade.

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Por Efrém Ribeiro

Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados das “Tábuas Completas de Mortalidade para o Brasil – 2017”. Desde 1999 o IBGE divulga anualmente essas informações relativas à população do Brasil, com data de referência em 1º de julho do ano anterior, para atender uma demanda legal (Decreto Presidencial no. 3.266/1999), que utiliza os dados de expectativa de vida da população como um dos parâmetros necessários à determinação do chamado fator previdenciário para o cálculo dos valores relativos às aposentadorias dos trabalhadores que estão sob o Regime Geral de Previdência Social.

Como principais indicadores extraídos da Tábua de Mortalidade temos a taxa de mortalidade infantil e a expectativa de vida do indivíduo ao nascer.

As informações da Tábua de Mortalidade para o Brasil apontam que em 2017 a taxa de mortalidade infantil (probabilidade de um recém-nascido não completar o primeiro ano de vida) foi de 12,8 óbitos para cada 1.000 nascimentos, computando-se uma média para ambos os sexos. Ao analisarmos a situação do país no longo prazo, percebemos que houve uma grande melhoria nesse quesito, pois no ano de 1940 a taxa de mortalidade infantil chegava a 146,6 óbitos, evidenciando, portanto uma queda de 91,3% quando comparado ao mesmo indicador em 2017.

A queda observada na mortalidade infantil é reflexo de políticas públicas governamentais para a saúde que têm sido adotadas ao longo do tempo, onde merecem ser destacadas: campanhas de vacinação em massa, atenção ao pré-natal, aleitamento materno, agentes comunitários de saúde e programas de nutrição infantil. Outros fatores também contribuíram para a diminuição do nível da mortalidade, dentre eles: o aumento da renda, aumento da escolaridade e aumento na proporção de domicílios com saneamento adequado.

Para esse indicador, também referente a ambos os sexos, o Piauí tem a quarta maior mortalidade infantil dentre as unidades da federação, com uma taxa de 18,5 óbitos para cada 1.000 nascimentos, ou seja, o estado apresenta 5,7 óbitos a mais que a média observada para o Brasil. O estado do Piauí fica à frente apenas de Rondônia (19,6 óbitos), Maranhão (20,3 óbitos) e Amapá (23,0 óbitos). O Espírito Santo é o estado que apresenta a menor mortalidade infantil, com 8,4 óbitos para cada 1.000 nascimentos, seguido de Santa Catarina, com 8,9 óbitos.

Os melhores indicadores de mortalidade infantil observados no Brasil ainda estão longe daqueles verificados nos países mais desenvolvidos do mundo, como o Japão e a Finlândia, por exemplo, que para o ano de 2015 possuíam taxas de mortalidade infantil de aproximadamente 1,9 óbitos por 1.000 nascimentos. Comparando-se a esses países o Brasil tem um indicador de mortalidade infantil 6,7 vezes maior, enquanto o Piauí chega a ser 9,7 vezes maior.

Os mesmos fatores que têm contribuído para a redução na mortalidade infantil também contribuem para o aumento da expectativa de vida do brasileiro. Assim, um cidadão que nascia no ano de 1940 tinha uma expectativa de viver em média 45,5 anos (para ambos os sexos), enquanto aquele que nasceu em 2017 tinha a expectativa de viver 76 anos, o que evidencia que de 1940 a 2017 houve um aumento de 30,5 anos na expectativa de vida do brasileiro. A mulher brasileira nascida em 2017 tinha, em média, uma expectativa de viver 79,6 anos, enquanto o homem tinha 72,5 anos. Assim, a mulher tem a expectativa de viver cerca de 7,1 anos a mais que o homem no Brasil. O quadro abaixo evidencia bem essas mudanças verificadas ao longo do tempo.

Em termos de Brasil a expectativa de vida do cidadão do sexo masculino é afetada por uma mortalidade maior no grupo de idade dos adultos jovens, que vai de 15 a 29 anos, em razão de uma incidência elevada de óbitos motivados por causas externas ou não naturais. Assim, os dados evidenciam, por exemplo, que, no grupo de 20 a 24 anos, um homem de 20 anos de idade tinha 4,5 vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher do mesmo grupo de idade.

A expectativa média de vida ao nascer no Piauí em 2017 (para ambos os sexos) era de 71,2 anos, a segunda menor do Brasil, só estando à frente do Maranhão, onde era de 70,9 anos. Assim, o piauiense tem uma expectativa de viver 4,8 anos a menos que a média verificada para o país.

Quando observamos sob a ótica de gênero, percebemos que os homens no Piauí, nascidos em 2017, tinham uma expectativa de viver em média 67,1 anos, que a propósito é a menor do Brasil, enquanto que as mulheres piauienses tinham uma expectativa de 75,5 anos, a quarta menor expectativa dentre os estados brasileiros. Assim, as mulheres do Piauí tinham uma expectativa de viver 8,4 anos a mais do que os homens.

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