Morreu na manhã deste sábado, aos 79 anos, em decorrência de uma falência múltipla de órgãos, o filósofo, escritor, diretor teatral, dramaturgo e jornalista Luiz Carlos Maciel.
Formado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Maciel escreveu, em 1969, "Sartre, vida e obra", uma biografia do filósofo e escritor francês.
Durante vinte anos, trabalhou como roteirista da Rede Globo. Em 1968, escreveu o roteiro de "O homem que comprou o mundo", dirigido por Eduardo Coutinho. Em 2003, Maciel publicou um livro reunindo seus conhecimentos na área, “O poder do clímax — Fundamentos do roteiro de cinema e TV”, relançado este ano.
Em entrevista ao GLOBO em março deste ano, Maciel brincou com sua fama de "polímato" (pessoa que detém conhecimentos em áreas completamente distintas).
— Alguns polímatos se transformam no Leonardo Da Vinci, fazendo tudo com perfeição. Outros se transformam em mim, que é isso que vocês estão vendo — disse.
Apesar das múltiplas competências, Maciel usou seu perfil de Facebook, em 2015, para publicar um desabafo sobre a falta de oportunidades profissionais nos últimos anos. Sem emprego e com a saúde debilitada, ele vinha sofrendo dificuldades financeiras.
“Um tanto constrangido, é verdade, mas sem outro jeito, aproveito esse meio de comunicação, típico da era contemporânea e de suas maravilhas, para levar ao conhecimento público o fato desagradável de que estou sem trabalho e, por conseguinte, sem dinheiro", escreveu ele.
Segundo o jornalista Claudio Leal, um de seus amigos mais próximos, Maciel desejava organizar novas coletâneas de sua obra, reunindo escritos sobre teatro.
— Ele deixou essas demandas encaminhadas — conta Leal. — Sabia da proximidade da morte. Estava desmotivado com o clima do país, e me falou que não tinha mais saco para abrir o Facebook, preferia ouvir discos de jazz.
Luiz Carlos Maciel deixa a esposa, a atriz Maria Claudia, e dois filhos, Roberto Maciel e Lucia Maciel.