Após dez dias lutando contra a Covid-19, o líder caiapó Bep’kororoti, o Paulinho Payakan, morreu nesta quarta-feira (17), no Hospital Regional Regional de Redenção, no sul do Pará.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa), Payakan estava com um quadro de insuficiência respiratória e tinha testado positivo para o novo coronavírus. Segundo o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) na região Kaiapó, Lázaro Marinho, o órgão está prestando toda a assistência necessária à família de Payakan, conforme apuração do G1.
“O Dsei está dando apoio à família. Nos termos da Covid, ele deveria ser enterrado imediatamente, mas entendendo que ele é uma liderança Kayapó, nós articulamos com a família que ele fosse enterrado na aldeia Ulkré, que é a aldeia de origem dele”, disse Marinho.
“A Família assinou um termo se comprometendo que não haverá o manuseio do corpo. Dentro da cultura Kayapó, quando há um enterro, um funeral, há o manuseio do corpo e existe um ritual de pinturas. Então, estes rituais não poderão ser feitos, entendendo que a Covid é altamente contagiosa”, concluiu.
O líder de 67 anos foi uma das vozes mais importantes do movimento indígena no perído da redemocratização, mas caiu no ostracismo após envolvimento em um rumoroso caso de estupro.